História 1° bimestre
Período feudal 7° ano
Prof. Francisco Eudo Lima Ribeiro
Origem
O feudalismo tem suas origens no século IV a partir das invasões germânicas (bárbaras) ao Império
Romano do Ocidente (Europa)4 .
Com a decadência e a destruição do Império Romano do Ocidente, por volta do século V d.C. (de 401 a 500), em decorrência
das inúmeras invasões dos povos bárbaros e das péssimas políticas econômicas
dos imperadores romanos, várias regiões da Europa passaram a apresentar baixa densidade populacional e ínfimo
desenvolvimento urbano5 .
O esfacelamento do Império Romano do Ocidente e as invasões bárbaras,
ocorridas em diversas regiões da Europa, favoreceram sensivelmente as mudanças
econômicas e sociais que vão sendo introduzidas e que alteraram completamente o
sistema de propriedade e de produção característicos da Antiguidade principalmente na Europa Ocidental.
Essas mudanças acabam revelando um novo sistema econômico, político e social
que veio a se chamar Feudalismo. O Feudalismo não coincide com o início da
Idade Média (século V d.C.), porque este sistema começa a ser delineado alguns
séculos antes do início dessa etapa histórica (mais precisamente, durante o
início do século IV), consolidando-se
definitivamente ao término do Império Carolíngio, no século IX d.C.
Em suma, com a decadência do Império Romano e as invasões bárbaras, os
nobres romanos começaram a se afastar das cidades levando consigo camponeses
(com medo de serem saqueados ou escravizados). Já na Idade Média, com vários
povos bárbaros dominando a Europa Medieval, foi impossível
unirem-se entre si e entre os descendentes de nobres romanos, que eram donos de
pequenos agrupamentos de terra. E com as reformas culturais ocorridas nesse
meio-tempo, começou a surgir uma nova organização econômica e política: o
feudalismo.
Características
As características gerais do feudalismo são: poder descentralizado, economia
baseada na agricultura
de subsistência, trabalho servil e economia a monetária e sem comércio, onde predomina a troca (escambo).
Sociedade
A sociedade feudal era composta por três estamentos (mesmo que grupos sociais com status
praticamente fixo, não se pode dizer que a mudança de classe social não
existia, pois alguns camponeses tornavam-se padres e passavam a integrar o
baixo clero, por exemplo, mas essa mudança era rara e um servo dificilmente
ascenderia à outra posição): os Nobres (guerreiros, bellatores), o Clero
(religiosos, oratores), e os servos (mão de obra, laboratores). O que determinava
o status social era o nascimento. Havia também a relação de suserania entre os Nobres, onde um nobre
(suserano) doa um feudo para um outro nobre (vassalo). Apresentava pouca ascensão
social e quase não existia mobilidade social (a Igreja foi uma forma de
promoção de mobilidade)7 .
·
O clero tinha como função
oficial rezar. Na prática, exercia grande poder político sobre uma sociedade
bastante religiosa, onde o conceito de separação entre a religião e a política
era desconhecido. Mantinham a ordem da sociedade evitando, por meio de
persuasão e criação de justificativas religiosas, revoltas e contratações
camponesas8 .
·
A nobreza (também chamados de senhores feudais) tinha como principal função a de
guerrear, além de exercer considerável poder político sobre as demais classes.
O Rei lhes cedia terras e estes lhe juravam ajuda militar (relações de
suserania e vassalagem).
·
Os servos da gleba constituíam a maior
parte da população camponesa: estavam presos à terra, sofriam intensa
exploração, eram obrigados a prestarem serviços à nobreza e a pagar-lhes
diversos tributos em troca da permissão de uso da terra e de proteção militar.
Embora geralmente se considere que a vida dos camponeses fosse miserável, a
palavra "escravo" seria imprópria. Para receberem direito à moradia
nas terras de seus senhores, juravam-lhe fidelidade e trabalho. Por sua vez, os
nobres, para obterem a posse do feudo faziam o mesmo juramento aos reis.
Os Vassalos oferecem
ao senhor ou suserano, fidelidade e trabalho em troca de proteção e um lugar no
sistema de produção. As redes de vassalagem estendiam-se por várias regiões,
sendo o rei o suserano mais poderoso.
Economia e prosperidade
A produção
feudal própria do Ocidente europeu tinha por base a economia agrária, de
escassa circulação monetária, auto-suficiente. A propriedade feudal pertencia a
uma camada privilegiada, composta pelos senhores feudais, altos dignitários da
Igreja, (o clero) e longínquos descendentes dos chefes tribais germânicos. As
estimativas de renda per capita da Europa feudal a colocam em um nível muito
próximo ao mínimo de subsistência2 ..
A
principal unidade econômica de produção era o feudo, que se dividia em três
partes distintas: a propriedade individual do senhor, chamada manso senhorial
ou domínio, em cujo interior se erigia um castelo fortificado; o manso servil,
que correspondia à porção de terras arrendadas aos camponeses e era dividido em
lotes denominados tenências; e ainda o manso comunal, constituído por terras
coletivas - pastos e bosques -, usadas tanto pelo senhor quanto pelos servos3 .
Devido ao
caráter expropriador do sistema feudal, o servo não se sentia estimulado a
aumentar a produção com inovações tecnológicas, uma vez que tudo que produzia
de excedente era tomado pelo senhor. Por isso, o desenvolvimento técnico foi
pequeno, limitando aumentos de produtividade. A principal técnica adaptada foi
a de rotação
trienal de culturas, que evitava o esgotamento do solo, mantendo a fertilidade da
terra7 .
Para o
economista anarco-capitalista Hans Hermann Hoppe, como os
feudos são supostamente propriedade do Estado (neste
caso, representado pelos senhores feudais), o feudalismo é, consequentemente,
considerado por ele como sendo uma forma de manifestação socialista - o socialismo
aristocrático (servismo).
·
Banalidade: tributo cobrado pelo uso de instrumentos ou bens do feudo, como o moinho, o forno, o celeiro, as pontes;
·
Tostão de Pedro ou dízimo: 10% da produção do
servo era pago à Igreja, utilizado para a manutenção da capela local;
·
Formariage: quando o nobre resolvia se casar, todo servo era obrigado a pagar uma taxa para ajudar no casamento,
regra também válida para quando um parente do nobre iria casar. Todo casamento
que ocorresse entre servos deveria ser aceito pelo suserano. No sul da França, especificamente, o
Senhor poderia ou não determinar que a noite de núpcias de uma serva seria para
o usufruto dele próprio e não do marido oficial. Tal fato era incomum no
restante da Europa, pois a igreja o combatia com
veemência;
·
Mão Morta: era o pagamento de
uma taxa para permanecer no feudo da família servil, em caso do falecimento do
pai ou da família;
Muitas cidades
europeias da Idade Média tornaram-se livres das relações servis e do predomínio dos nobres. Essas
cidades chamavam-se burgos. Por motivos políticos, os
"burgueses" (habitantes dos burgos) recebiam frequentemente o apoio
dos reis que, muitas vezes,
estavam em conflito com os nobres7 . Na língua alemã, o ditado Stadtluft macht frei ("O ar da cidade liberta") ilustra este fenômeno. Em Bruges, por exemplo, conta-se que certa vez um servo escapou
da comitiva do conde de Flandres e fugiu por entre a multidão. Ao tentar
reagir, ordenando que perseguissem o fugitivo, o conde foi vaiado pelos
"burgueses" e obrigado a sair da cidade. Desta maneira, o servo em
questão tornou-se livre5 .
Crise do
feudalismo
Durante a crise feudal, a Peste Negra diminuiu os contingentes populacionais da Europa.
Durante a crise feudal, a Peste Negra diminuiu os contingentes populacionais da Europa.
O
crescimento demográfico, observado na Europa a partir do século X, modificou o
modelo autossuficiente dos feudos. Entre os séculos XI e XIII a população
europeia mais que dobrou. O aumento das populações impulsionou o crescimento
das lavouras e a dinamização das atividades comerciais. No entanto, essas
transformações não foram suficientes para suprir a demanda alimentar daquela
época. Nesse período, várias áreas florestais foram utilizadas para o aumento
das regiões cultiváveis. Discrepância entre a capacidade produtiva e a demanda
de consumo retraiu as atividades comerciais e a dieta alimentar das populações
se empobreceu bastante. Em condições tão adversas, o risco de epidemias se
transformou em um grave fator de risco. No século XIV, a peste negra se espalhou
entre as populações causando uma grande onda de mortes que ceifou,
aproximadamente, um terço da Europa. No século XV, o contingente populacional
europeu atingia a casa dos 35 milhões de habitantes.
A falta de mão de obra disponível
reforçou a rigidez anteriormente observada nas relações entre senhores e
servos. Temendo perder os seus servos, os senhores feudais criavam novas
obrigações que reforçassem o vínculo dos camponeses com a terra. Além disso, o
pagamento das obrigações sofreu uma notória mudança com a reintrodução de
moedas na economia da época. Os senhores feudais preferiam receber parte das
obrigações com moedas que, posteriormente, viessem a ser utilizadas na
aquisição de mercadorias e outros gêneros agrícolas comercializados em feiras.
Os camponeses, nessa época, responderam ao aumento de suas obrigações com uma onda de violentos protestos acontecidos ao longo do século XIV. As chamadas jacqueries foram uma série de revoltas camponesas que se desenvolveram em diferentes pontos da Europa. Entre 1323 e 1328, os camponeses da região de Flandres organizaram uma grande revolta; no ano de 1358 uma nova revolta explodiu na França; e, em 1381, na Inglaterra.
Passadas as instabilidades do século XIV, o contingente populacional cresceu juntamente com a produção agrícola e as atividades comerciais. Em contrapartida, a melhoria dos índices sociais e econômicos seguiu-se de novos problemas a serem superados pelas sociedades europeias. A produção agrícola dos feudos não conseguia abastecer os centros urbanos e os centros comerciais não conseguiam escoar as mercadorias confeccionadas.
Ao mesmo tempo, o comércio vivia grandes entraves com o monopólio exercido pelos árabes e pelas cidades italianas. As rotas comerciais e feiras por eles controladas inseriam um grande número de intermediários, encarecendo o valor das mercadorias vindas do Oriente. Como se não bastassem os altos preços, a falta de moedas impedia a dinamização das atividades comerciais do período. Nesse contexto, somente a busca de novos mercados de produção e consumo poderiam amenizar tamanhas dificuldades. Foi assim que, nos séculos XV e XVI, a expansão marítimo-comercial se desenvolveu
Os camponeses, nessa época, responderam ao aumento de suas obrigações com uma onda de violentos protestos acontecidos ao longo do século XIV. As chamadas jacqueries foram uma série de revoltas camponesas que se desenvolveram em diferentes pontos da Europa. Entre 1323 e 1328, os camponeses da região de Flandres organizaram uma grande revolta; no ano de 1358 uma nova revolta explodiu na França; e, em 1381, na Inglaterra.
Passadas as instabilidades do século XIV, o contingente populacional cresceu juntamente com a produção agrícola e as atividades comerciais. Em contrapartida, a melhoria dos índices sociais e econômicos seguiu-se de novos problemas a serem superados pelas sociedades europeias. A produção agrícola dos feudos não conseguia abastecer os centros urbanos e os centros comerciais não conseguiam escoar as mercadorias confeccionadas.
Ao mesmo tempo, o comércio vivia grandes entraves com o monopólio exercido pelos árabes e pelas cidades italianas. As rotas comerciais e feiras por eles controladas inseriam um grande número de intermediários, encarecendo o valor das mercadorias vindas do Oriente. Como se não bastassem os altos preços, a falta de moedas impedia a dinamização das atividades comerciais do período. Nesse contexto, somente a busca de novos mercados de produção e consumo poderiam amenizar tamanhas dificuldades. Foi assim que, nos séculos XV e XVI, a expansão marítimo-comercial se desenvolveu
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