Escola
Estadual Modelo
TEXTO
COMPLEMENTA
ABSOLUTISMO NO BRASDIL X LIBERALISMO NO BRASIL
Disciplina
de história 8º ano
PROFESSOR
FRANCISCO EUDO LIMA RIBEIRO
Período
imperial - 1825 - ABSOLUTISMO NO BRASIL
Absolutismo
é o regime governamental em que o exercício do poder se concentra na vontade de
uma única pessoa, e nele, por consequência, se exclui totalmente a
interferência da vontade popular em assuntos administrativos que tenham relação
com o governo.
Esse
pensamento foi exposto por Nicolau Maquiavel (1469-1527) em sua obra principal
– O Príncipe -, no qual defendia a idéia de que sendo o Estado um fim em si
mesmo, o soberano poderia valer-se de todos os meios - lícitos ou não - que
garantissem a conquista e a continuidade do seu poder.
Seus
seguidores foram vários. Na França, por
exemplo, o longo processo de centralização do poder monárquico atingiu seu
ponto culminante com o rei Luís XIV (na ilustração ao lado), conhecido como
"Rei Sol", que reinou entre 1643 e 1715, e ao qual é atribuída a
célebre frase "o Estado sou eu". Ao contrário de seus antecessores,
recusou a figura de um "primeiro-ministro", reduziu a influência dos
parlamentos regionais e jamais convocou os Estados Gerais.
Na
Inglaterra, esse regime foi implantado por Henrique VII (1491-1547), que
apoiado pela burguesia ampliou em 1509 os poderes monárquicos. E se tornou mais
forte no reinado de Elisabeth I, mas definhou após a Guerra Civil Inglesa
(1642-1649), com o rei gradualmente perdendo poderes em favor do Parlamento. A
Revolução de 1688 - a "Revolução Gloriosa" - pôs um ponto final no
absolutismo inglês.
No
século 18 surgiram ideias políticas renovadoras que deram origem a grandes
movimentos populares que culminaram, na América, na independência dos Estados
Unidos (1776), e, na Europa, na Revolução Francesa (1789). Para os membros
destes movimentos, seu inimigo fundamental - o absolutismo - era representado
pelo conjunto dos monarcas despóticos europeus.
Diversos
pensadores procuraram justificar em suas obras e existência do Estado
absolutista. Como Jean Bodin (1530-1596), para quem o poder emanava de Deus, e
por isso o príncipe poderia legislar sem precisar do consentimento de quem quer
que seja. Ou o bispo Jacques-Bénigne Bossuet (1627-1704), na ilustração abaixo,
que em “A Política tirada da Sagrada Escritura” afirmava ser o governo divino
porque os reis recebiam de Deus o seu poder. Thomaz Hobbes (1558-1679), em
Leviatá, sustentava ser a vida humana solitária, miserável, desprezível,
bestial e breve, e que por isso, buscando escapar da guerra de todos contra
todos; os homens uniam-se em torno de um contrato para formar uma sociedade
civil, legando a um soberano todos os direitos para protegê-los contra a violência.
Por sua vez, Hugo Grotius (1583-1645) defendia que, se todos os países
adotassem o Absolutismo, seria possível estabelecer-se um sistema único de
legislação. Sua principal obra foi Direito de Paz e de Guerra.
Jacques-Bénigne
Bossuet As mesmas ideias e os mesmos movimentos se difundiram pela América do
Sul, dando origem aos episódios que motivaram a independência de vários países
integrantes da parte meridional do continente americano. Para os elementos das
correntes autonomistas da América do Sul, o absolutismo era representado pelo
rei Fernando VII, da Espanha, e pelo rei João VI, de Portugal.
O
governo brasileiro regeu-se pelo absolutismo até ao juramento da Constituição
de 25 de março de 1821, proclamando a adoção do regime constitucional. A partir
daí vários movimentos se fizeram sentir, encorajados pela então Província
Cisplatina (hoje República do Uruguai), no sentido de se anular o regime
constitucional e de voltar ao absolutismo. Em maio de 1824, aquela província
jurou a Constituição brasileira e inteira obediência a Pedro I, resultando daí
sua incorporação ao Império, a eleição de dois deputados e um senador junto ao
Parlamento, e a nomeação de um governador provincial. Mas em novembro daquele
ano o Cabido de Montevidéu discordou de diversos pontos da constituição e
enviou uma delegação ao Rio de Janeiro, para solicitar o restabelecimento do
absolutismo. Recebeu, porém, formal recusa por parte do imperador.
Não
obstante o malogro da tentativa, em 1825 as vilas de Taubaté, São Luís do Paraitinga
e Pindamonhangaba, na então Província de São Paulo, pediram o restabelecimento
do absolutismo, com idêntico resultado negativo.
O
movimento absolutista de 1825 impressionou muito pouco a opinião nacional. Mas
prosseguiu sem nenhuma possibilidade de êxito, embora tivessem os seus adeptos
projetado um golpe, em 1830, para provocar a dissolução da Assembleia Geral, o
que, aliás, não vingou.
Apesar
de tudo, o Estado absolutista foi um processo importante para a modernização
administrativa de certos países. No campo militar, por exemplo, embora tenha
apresentado alguns pontos fracos, foi responsável por grandes transformações. A
centralização administrativa e financeira praticamente extinguiu os exércitos
mercenários, sem, no entanto dispensar o emprego de estrangeiros. Criou uma
burocracia civil que muito ajudou à manutenção de forças armadas. Desenvolveu
formas compulsórias de alistamento que serviriam de base para o serviço militar
moderno. Regulamentando o alistamento, diminuiu velhos abusos. Financiou e
abasteceu efetivos cada vez maiores. Permitiu, por fim, a construção de dezenas
de fortificações modernas. Sempre defendendo a tese de que era necessário um
Estado Forte para controlar e disciplinar a sociedade.
Fonte:
Enciclopédia Mérito
LIBERALISMO
A
palavra liberal vem do latim LIBER (“livre”). No sentido original, o termo
refere-se a uma filosofia política que tenta limitar o poder político,
defendendo e apoiando os direitos individuais. Tais ideias surgiram com os
pensadores iluministas do século XVIII, como John Locke e Montesquieu, que
tentaram estabelecer os limites do poder político ao afirmar que existiam
direitos naturais e leis fundamentais de governo que nem os reis poderiam
ultrapassar sob o risco de se transformarem em tiranos.
Tais pensamentos combinavam com a idéia de
que a liberdade comercial iria ser
benéfica a todos. Tal idéia foi posteriormente associada com a defesa do
capitalismo. O liberalismo econômico pregava o fim da intervenção do Estado na
produção e na distribuição das riquezas, o fim das medidas protecionistas e dos
monopólios e defendia a livre concorrência entre as empresas. Foi defendido por
pensadores como Adam Smith, Malthus e David Ricardo.
No Brasil, as ideias liberais chegaram
ao início do século XIX, tendo maior influência a partir da Independência de
1822. Para Costa (1999), o liberalismo brasileiro só pode ser entendido com
referência à realidade brasileira. Os principais adeptos foram homens
interessados na economia de exportação e importação, muitos proprietários de
grandes extensões de terra e escravos. Ansiavam por manter as estruturas
tradicionais de produção, libertando-se do jugo de Portugal e ganhando espaço
no livre-comércio. Esta elite tencionava manter as estruturas sociais e econômicas.
Após a independência, os liberais tencionavam ampliar o poder legislativo em
detrimento do poder real.
Durante o período Imperial teremos a
formação de dois grupos políticos distintos no Brasil: liberais e
conservadores. Os primeiros defendiam um sistema de educação livre do controle
religioso, uma legislação favorável à quebra do monopólio da terra e favoreciam
a descentralização das províncias e municípios. Os conservadores opunham-se a
essas ideias. Todo o período imperial foi marcado por tensões e conciliações
entre os dois grupos. Vários conservadores passaram para o lado liberal e como
também vários liberais foram responsáveis por
fundar o Partido Republicano no final deste período.
Ainda para Costa (1999), os liberais
brasileiros foram incapazes de realizar os ideais do liberalismo pois estes
transcendiam a política. Nenhuma das reformas que os liberais realizaram
eliminou o conflito entre a retórica liberal e o sistema de patronagem. As
reformas defendiam apenas os seus interesses comerciais e a manutenção da
exploração do trabalho.
Segundo Carvalho (2003), temos que
distinguir dois tipos de liberalismo no Brasil: aquele ligado aos proprietários
rurais e aquele dos profissionais urbanos. Estes últimos só apareceram a partir
da década de 1860, com o maior desenvolvimento urbano e o aumento das pessoas
letradas. Neste meio urbano, o liberalismo clássico dos direitos individuais
teve melhores condições de se desenvolve.
Bibliografia:
CARVALHO, José Murilo de. A construção da ordem. A elite
política imperial. 3a. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,2003.
COSTA, Emília Viotti da. Da Monarquia à República. 7a. ed.
São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1999.
ROCHA, Marlos Bessa Mendes. Matrizes da modernidade republicana.
Cultura política e pensamento educacional no Brasil. Campinas: Autores
Associados; Brasília: Editora Plano, 2004
Verbete elaborado por Ana Cristina P.Lage
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