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Estadual Modelo
Texto
para os alunos do 7° ano “E” o Trabalho
Questão
1- Explique de forma dissertativa sobre, Religiões Tradicionais Africanas, Espiritualismo
e materialismo e os ritos.
30 linhas;
Questão
2- Com base no texto abaixo, analisem o seguinte temas: os elementos, Vodu Haitiano, Desconhecimento.
30 linhas
Questão
3- De acordo com o texto, faça um comentário dissertativo sobre, as Crenças, Liturgia e prática Valores e éticas.
Questão 4°
Com base no texto 2, faça um texto dissertativo sobre, os Afro-americanos.
2 paginas
Quando a cultura africana veio para o Brasil, através dos negros
escravizados, estes se depararam com um país predominantemente católico. Assim,
acabaram sendo impedidos de realizar seus cultos. Assim, para disfarçar, identificavam
seus deuses com os santos da religião católica. Por exemplo, quando rezavam em
sua língua para Santa Bárbara, estavam cultuando Iansã. Quando se dirigiam a
Nossa Senhora da Conceição, estavam falando com Iemanjá. Esta é apenas
uma prévia do que se tratará no trabalho, pois, além disto, englobam-se os
rituais, a crença, enfim, o sagrado africano.
Religiões Tradicionais Africanas
As religiões tradicionais africanas não possuem
textos escritos ou livros sagrados, mas se baseiam na tradição, ou narração
passada de geração para geração, sobre os conteúdos e a maneira de viver sua
religiosidade. Isso se dá em forma de histórias, ritos, provérbios, danças,
músicas, festas.
Um erro comum é supor que todos os povos
africanos são da mesma raça e que tiveram a mesma origem, o que leva a supor
que tenham também os mesmos costumes e a mesma religião. Para melhor se
compreender sobre qual região da África ou qual religião será abordada
divide-se assim:
1) África do norte: desde
o Atlântico e Mediterrâneo até o Saara, incluindo o Egito e a Etiópia. Esta
região é dominada pelo Islamismo e pelo Cristianismo.
2) África centro-sul: desde
a Rep. Dos Camarões, Quênia..., até o extremo sul. Esta parte da África,
povoada principalmente por tribos aborígenes, é dominada pelas religiões
tradicionais, exceto uma relevante percentagem que praticam o cristianismo, o
islamismo e até o hinduísmo.
ESPIRITUAL E MATERIAL
A religião tradicional africana distingue dois
aspectos da realidade: aquilo que é visível, físico, material..., e aquilo que
é invisível e espiritual. Estes dois aspectos fundem-se entre si: nenhuma coisa
do mundo físico é tão material que não contenha em si elementos do mundo
espiritual. Isto conduziu à crença de que há espíritos nas pedras, nas
montanhas, nos rios, nas árvores, nos trovões, no Sol e na Lua... Daí a
religião tradicional africana ser muitas vezes chamada também de religião
animista.
Seus praticantes vivem em profunda harmonia com
todo o universo e esforçam-se para comportar-se de maneira adequada, conforme
as leis morais. Isso não significa que não existem momentos religiosos mais
destacados de outros, considerados profanos, mas toda a vida é sustentada pelo
elemento religioso que une os seres, o cosmo, o mundo invisível e o Ser
Superior. Todo o universo tem uma alma.
OS RITOS
Ritos, cerimônias e preces são algumas das
modalidades através das quais o ser humano procura se expressar e alcançar sua
própria harmonia com o todo. Mas o que importa é a atitude interior que
caracteriza a vida dos povos tradicionais, uma atitude profundamente religiosa.
Cada fato cotidiano, banal ou importante, é colocado num contexto que supera a
dimensão material.
O ritual sacraliza os momentos importantes da
vida: nascimento, adolescência, matrimônio e morte. Existe, além disso, uma
grande variedade de ritos: de iniciação, purificação, propiciação, comemoração,
ação de graças etc.
Os ritos de iniciação garantem a boa
integração na comunidade dos vivos, e os ritos fúnebres garantem a benevolência
dos antepassados: por isso, devem ser bem feitos. Frequentemente, a iniciação é
também o ingresso em uma “sociedade secreta”, onde se aprendem ritos secretos,
mitos secretos e mesmo uma linguagem secreta...
Os africanos possuem lugares de culto, embora muito
modestos: pequenas cabanas, altares junto aos caminhos, cumes de montanhas...
As oferendas são feitas para pedir saúde, vida, sucesso...
A oração comunitária é a preferida e exprime-se com
danças e cantos. O mesmo acontece com os ritos: impera a criatividade, o
movimento, o dinamismo.
ELEMENTOS
As religiões tradicionais africanas, diferentes em
muitas manifestações, de acordo com os respectivos povos, possuem vários pontos
comuns essenciais, mas tendo como objeto central a vida.
Potências espirituais: Abaixo do Ser Supremo
existem inúmeras potências mais ou menos espirituais, que se ocupam das coisas
mundanas, em lugar do Ser Supremo, e que, por isso, são muito invocadas (como
os orixás do ioruba).
Demiurgo: A criação foi feita mediante um
demiurgo (artífice), que é um antepassado mítico, às vezes identificado com o
fundador do povo, ao qual se devem tanto a geração do ser humano como a
introdução dos costumes, ofícios e ritos.
Ritos de iniciação: Como todos os povos
primitivos, os africanos dão importância aos ritos de iniciação que, não raro,
exigem provas duríssimas, até sangrentas (mutilações).
Danças: Na falta de livros, os ritos
desempenham papel importante na manutenção viva e atuante das tradições
religiosas e sociais. Neste sentido, as danças são de fundamental importância,
pois, no seu ritmo e dinamismo, dão a máxima expressão a todas as atividades do
grupo.
Curandeiros: Com artes próprias, como incisões
e aplicações de ervas, e mesmo com o recurso da sugestão, atendem às
necessidades do povo.
Culto: Em geral, os africanos não possuem
estátuas, nem templos e sacerdotes. Os sacrifícios de animais (porcos, cães,
cabritos, aves...) não são oferecidos a Deus como adoração, mas aos orixás
(espíritos intermediários), como veículo de comunicação com os vivos, já que o
sangue é tido como portador de vida.
Moral: Para o africano, moral e religião é
praticamente a mesma coisa. As ações que prejudicam a convivência humana ou o
equilíbrio das forças naturais são punidas pela autoridade tribal ou reparadas
por ritos religiosos, pois irritam igualmente os espíritos, provocando
calamidades públicas, como secas, enchentes, enfermidades, mortes... Desta
forma, o africano se vê obrigado a respeitar os bens, a vida e a pessoa do
próximo, ainda que não conheça preceitos morais impostos por Deus. O adultério
é também severamente condenado, embora a vida sexual seja encarada com muita
tolerância, pois se trata do exercício de uma função vital.
Vodu Haitiano
A maioria dos africanos que foram trazidos
como escravos para
o Haiti eram
da Costa da Guiné da África ocidental, e seus descendentes são os primeiros praticantes
de Vodu. Uma das maiores diferenças, entre o Vodu africano e o
Haitiano é que os africanos transplantados do Haiti foram obrigados a disfarçar
o seu lwa (espíritos)
como santos católicos romanos, um
processo chamado sincretismo.
A maioria dos peritos especula que isto foi feito
numa tentativa de esconder a sua "religião pagã" de seus senhores, que os tinham proibido de
praticar. Dizer que o Vodu haitiano é simplesmente uma mistura das religiões africanas ocidentais com um verniz de Catolicismo romano não
estaria inteiramente correto.
Isto estaria ignorando numerosas influências
indígenas Taíno, assim como o processo evolutivo a que Vodu se submeteu
ao longo da história do Haiti. Também
estaria ignorando a grande influência do paganismo europeu no Catolicismo romano e o panteão dos seus próprios santos.
A cerimônia mais importante historicamente do Vodu
na história do Haiti era a cerimônia Bwa Kayiman ou Bois Caïman de
agosto 1791, que começou a Revolução Haitiana, em que
o espírito de Ezili Dantor possuía um clérigo e
recebia um porco preto
como oferenda, e todos as pessoas presentes comprometeram-se com a luta pela
liberdade. Esta cerimônia resultou finalmente na libertação dos povos do Haiti
da dominação colonial francesa em 1804, e o estabelecimento da primeira república de povos negros na história
do mundo.
Este Vodu Haitiano cresceu nos Estados Unidos de
forma significativa a partir do final dos anos 1960 e começo dos anos 1970 com
as levas de imigrantes haitianos fugindo do regime opressivo de Duvalier,
estabelecendo-se em Miami, Nova Iorque, Chicago, e outras cidades.
Desconhecimento
No vodu se venera um deus principal, o Bon Dieux e
aos antepassados. Como
esta crença é pouco conhecida, seu nome costuma invocar ritos tribais nos quais
um feiticeiro crava agulhas em um boneco para fazer com que alguma vítima,
talvez a muitos quilômetros de distância, sofra dores horríveis, ataques
cardíacos ou doenças incuráveis. A palavra vodu vem do vocábulo africano
"Dahomey vodun" ou Vodun
da África Ocidental, que significa espírito ancestral
Crenças
No vodu haitiano acredita-se, de acordo com
tradição africana difundida, que há um Deus que
é o criador de tudo, chamado de "Bondje" (“bom deus”).
O voduísta adora o deus, e serve aos
espíritos, que são tratados com honra e respeito como se fossem membros mais
velhos de uma casa. Diz-se que são vinte e uma nações ou "nanchons"
dos espíritos, também chamadas às vezes "lwa-yo". Algumas das nações
mais importantes do lwa são o Rada, o Nago,
e o Kongo. Os
espíritos vêm também nas "famílias" que compartilham de um sobrenome,
como Ogou, ou Ezili,
ou Azaka ou Ghede. Por exemplo, "Ezili"
é uma família, Ezili Dantor e Ezili Freda são dois espíritos individuais
nessa família. A família de Ogou é de soldados, o Ezili governa as esferas
femininas da vida, o Azaka governa a agricultura, o Ghede governa a esfera da
morte e da fertilidade. Há literalmente centenas de lwas. Os lwas mais
conhecidos são Danbala Wedo, Papa Legba Atibon,
e Agwe Tawoyo.
No Vodu haitiano os espíritos são divididos de
acordo com sua natureza em basicamente duas categorias, se são quentes ou
frios. Os espíritos frios entram sob a categoria Rada, e os espíritos quentes entram
sob a categoria Petro. Os espíritos de Rada são familiares e vêm na maior parte
da África, e os espíritos de Petro são na maior parte nativos do Haiti e
requerem mais atenção ao detalhe do que o Rada, mas ambos podem ser perigosos
se irritados ou contrariados. Nenhum é "bom" ou "mau" com
relação ao outro.
Ao servir os espíritos, o voduísta busca conseguir
a harmonia com sua própria natureza individual
e o mundo em torno dele, manifestado como fonte de poder pessoal relacionado à
vida. Parte desta harmonia é preservar o relacionamento social dentro do
contexto da família e da comunidade. Uma casa ou uma sociedade de Vodu é
organizada pela metáfora de uma família extensa, e os noviços são os
"filhos" de seus iniciadores, com o sentido da hierarquia e da
obrigação mútua que implica.
Liturgia e prática
Após um dia ou dois de preparação de altares,
preparando ritualmente e cozinhando galinha e os outros alimentos, etc., um
ritual de Vodu haitiano começa com uma série de preces e de cantigas católicas
em francês, e então uma litania em Kreyol e no "langaj africano" que
abrange todos os santos e lwas europeus e africanos honrados pela casa, e
depois em uma série das invocações para todos os espíritos principais da casa.
Isto é chamado o "Priyè Gine" ou a prece africana. Após mais canções
introdutórias, começando com saudar o espírito dos tambores nomeado Hounto, as
cantigas para todos os espíritos individuais são entoadas, começando com a
família de Legba com todos os espíritos de Rada, a seguir há uma ruptura e a
parte Petro do ritual começa, terminando com as cantigas para a família de
Ghede. Ao serem entoadas as cantigas os espíritos virão visitar os presentes
através da possessão dos indivíduos, falando e agindo com eles. Cada espírito é
saudado e cumprimentado pelos noviços presentes e dará consultas, conselhos e
curas àqueles que solicitarem por sua ajuda. Muitas horas mais tarde nas
primeiras horas da manhã, a última canção é entoada, despede-se os convidados,
e todos os hounsis, houngans e manbos esgotados podem ir dormir.
Individualmente, um voduista pode ter um ou mais
altares preparados para seus antepassados e o espírito, ou os espíritos, a que
serve com retratos ou estátuas dos espíritos, de perfumes, de alimentos, e de
outras coisas preferidas por seus espíritos. O altar mais básico é apenas uma
vela branca e um copo de água e talvez flor. No dia de um espírito particular,
acende-se uma vela e então saúda-se e fala ao espírito particular como um
membro mais velho da família. Os antepassados são chamados diretamente, sem
mediação de Papa Legba, já que são "do sangue".
Valores e ética
Os
valores culturais que Vodu engloba centram em torno das ideias da honra e do
respeito - ao deus, aos espíritos, à família e à sociedade, e a si mesmo. O
amor e a sustentação dentro da família da sociedade de Vodu parecem ser a
consideração mais importante. A generosidade em dar à comunidade e aos pobres é
também um valor importante. As dádivas vêm através da comunidade e há a ideia
que se deve ser disposto a retribuir por sua vez. Desde que Vodu tem tal
orientação da comunidade, não há "solitários" em Vodu, somente as
pessoas separadas geograficamente de seus antepassados e casa. Uma pessoa sem
um relacionamento de algum tipo com pessoas idosas não estará praticando Vodu
como se compreende no Haiti e entre Haitianos.
No Vodu Haitiano a orientação sexual ou identidade
de gênero e da expressão de um praticante não é de nenhum interesse em um ambiente
ritual. Vê-se apenas como uma maneira em que o deus fez uma pessoa. Os
espíritos ajudam a cada pessoa simplesmente ser a pessoa que são.
O
mais importante foi a procura da desmistificação do que há por trás dos cultos
que são tão perseguidos. Por conseguinte, a valorização da cultura
africana. As cerimônias muito bonitas realizadas ao ritmo de atabaques e cantos
em dialetos africanos mostram quão rica é a história deste povo. Além disto, ficou claro que para os seguidores não
existe o conceito de “bem” versus “mal”. As pessoas tem que cumprir seu destino
e não importa se o resultado é positivo, negativo, construtivo ou destrutivo.
Texto 2
afro-americano, estanqueidade
ou afro-americano, são designações para os cidadãos dos Estados Unidos da
América descendentes de africanos. Estas designações só começaram a ser
utilizadas nos anos 80, quando o movimento da consciência negra passou a adotar
uma política de união de toda a diáspora africana.
Outra
designação considerada politicamente correta é a da cor negra (o termo em
língua inglesa black). Já o termo nigger era o termo usado antes dos anos 60,
com uma conotação pejorativa.
No censo de 2010, quase 40
milhões de americanos declararam ser negros, afro-americanos ou negros
hispânicos.
A maioria dos afro-americanos
são descendentes de escravos que foram trazidos da África para a América do Norte
e o Caribe entre 1609
e 1807, durante o tráfico negreiro,
a maioria dos quais chegou no século XVIII. A maior parte era oriunda da África Ocidental
e da África Central.
Uma minoria é de origem recente, sendo imigrantes da África, do Caribe, da América Central e da América do Sul.7
O primeiro registro da
presença de africanos na América Britânica remete ao ano de 1619,
sob a condição de trabalhadores não remunerados em Jamestown
(Virgínia). Como muitos colonos ingleses estavam morrendo devido às
condições adversas a que eram submetidos, aumentou gradualmente a importação de
trabalhadores africanos. Por muitos anos, os africanos ficaram numa posição
legalmente similar a dos colonos ingleses pobres, pois muitos colonos ingleses
tinham que trabalhar de graça em troca da passagem para a América.8 Os africanos criavam famílias,
casavam-se com outros africanos e às vezes se mesclavam com índios e ingleses.9 Uma concepção racial da escravidão
só se desenvolveu completamente no século XVIII. Por volta de 1775, os
africanos perfaziam 20% da população das Treze Colônias, fazendo deles o segundo
maior grupo étnico, depois dos ingleses.10 Por volta de 1860, havia 3,5
milhões de escravos nos Estados Unidos e 500.000 afro-americanos livres.11 Em 1863, durante a Guerra Civil
Americana, o então presidente Abraham Lincoln assinou a Proclamação da
Emancipação, que declarava que todos os escravos estariam livres.
Os afro-americanos criaram
congregações para eles, como escolas, comunidades e associações civis, para que
tivessem um espaço próprio para escapar do controle e da fiscalização dos
brancos. Após a Guerra Civil, houve um período de progresso para os
afro-americanos, porém nos anos 1890 os estados do Sul promulgaram as Leis de
Jim Crow para reforçar a segregação racial.
13 Na última década do século
XIX, leis discriminatórias e a violência racial começaram a pulular nos Estados
Unidos. Tais atos discriminatórios incluíam a segregação racial, com lugares
reservados apenas para frequentadores brancos e outros apenas para negros,
supressão de voto e de outros direitos de modo geral, negação de oportunidades
econômicas ou de recursos no âmbito nacional, e os atos de violência privada e
de violência racial foram ignorados ou até mesmo incentivados pelas autoridades
governamentais. O período foi marcado pela intolerância e pela organização de
grupos como o Ku Klux Klan.
A partir da década de 1940, os afro-americanos
se organizaram para lutar por seus direitos, surgindo aí figuras importantes
como Martin Luther King. A discriminação racial por lei só foi abolida
definitivamente em 1965, por meio do "Voting Rights Act" que proibiu
a supressão do voto dos negros.
Com o advento das leis
discriminatórias, foi necessário definir quem era negro nos Estados Unidos. Foi
aplicada a "One-drop rule" ("regra de uma gota") que dizia
que qualquer pessoa com qualquer tipo de ancestralidade africana, mesmo que
muito pequena, fosse considerado negro. O estado do Tennessee adotou a
"regra de uma gota" em 1910, seguido pela Louisiana. Depois Texas e
Arkansas em 1911, Mississippi em 1917, Carolina do Norte em 1923, Virgínia em 1924,
Alabama e Georgia em 1927, Oklahoma em 1931.
Antes disso, os mestiços eram
tratados como um grupo legalmente diferente dos negros. Muitos mestiços que
"pareciam brancos" foram legalmente absorvidos pela população branca.
Na Virgínia, a lei definia que um "mulato" era uma pessoa que tinha
pelo menos um quarto de sangue africano (equivalente a um avô).15 Mas em 1924
esse conceito já havia sido derrubado, pois uma pessoa com qualquer ascendência
africana era tida como negra.
Dessa forma, americanos, mesmo
que não tivessem traços africanos evidentes, passaram a ser considerados
negros, como por exemplo, a atriz Lena Horne.16 Para evitar ser vítimas de
discriminação, algumas pessoas que não tinham traços negros evidentes, mas que
tinham ascendência africana, passaram a esconder suas origens. É o fenômeno
denominado como "passing" ("passando"), pelo qual alguns
americanos conseguiram esconder suas origens e foram assimilados pela população
branca. Por exemplo, o cartunista George Herriman era de uma família creole da
Luisiana e seus pais foram classificados como "mulatos" no censo de
1880.
Porém, como negros não eram
aceitos em seu meio profissional, ele inventou que tinha ascendência grega para
justificar a sua aparência e conseguiu "passar" a vida inteira como
"branco".17 Outros americanos de aparência branca, porém, assumiam
com orgulho uma identidade negra. Por exemplo, Walter Francis White, que era
loiro de olhos azuis, mas tinha alguma ascendência africana, tornou-se um
ativista pelos direitos civis dos afro-americanos e se considerava
"negro"
O presidente dos Estados
Unidos, Barack Obama, é filho de pai africano e de mãe branca, mas se considera
negro.19 20 A cantora Mariah Carey, que é filha de mãe branca de origem
irlandesa e de pai afro-venezuelano declarou: "Neste país (Estados Unidos)
eu sou negra".21 Porém, as visões raciais dos americanos têm mudado nos
últimos anos e se distanciando da concepção do "one drop rule". Em
uma pesquisa de 2006, após ser dito que o pai de Obama era negro e a mãe
branca, foi perguntado a afro-americanos, brancos e hispânicos sobre em qual
raça eles julgavam que o então Senador Barack Obama se encaixava. 66% dos
afro-americanos disseram que Obama é negro, enquanto que apenas 9% dos
hispânicos e 8% dos brancos deram a mesma resposta. 61% dos hispânicos e 55%
dos brancos disseram que Obama é "bi-racial". A mesma pergunta foi
feita sobre o jogador de golfe Tiger Woods, cuja mãe é tailandesa e o pai
descendente de negros, índios e brancos. 42% dos afro-americanos disseram que
Woods é negro, contra 9% dos hispânicos e 7% dos brancos. 40% dos
afro-americanos, 39% dos hispânicos e 27% dos brancos disseram que ele é
"bi-racial" e 55% dos brancos, 49% dos hispânicos e 18% dos
afro-americanos disseram que ele é "multirracial".22 O próprio Woods
se identifica como "cablinasian" (uma combinação das palavras branco,
negro, índio e asiático). 23
Nos últimos anos o número de
americanos que se identificam como "mestiços" ou com uma
ancestralidade mista tem aumentado. Isso foi refletido no censo americano. Em
2000, pela primeira vez os americanos puderam escolher mais de uma
"raça" com a qual se identificavam. Para o século XXI estima-se que
as uniões entre pessoas de "raças" diferentes vai crescer, e isso já
tem refletido na própria percepção racial dos americanos.
Atualmente, a maioria dos
americanos se mostra favoráveis a união entre pessoas de "raças"
diferentes. De acordo com uma pesquisa, mais de 50% dos americanos disseram que
já namoraram uma pessoa de uma "raça" diferente da sua. A taxa é
menor entre os brancos, principalmente pelo fato de grande parte deles
habitarem lugares onde a maioria da população é branca. Porém, quando mudam
para áreas com população mais diversa, as taxas aumentam. 17% dos adolescentes
brancos em idade escolar namoraram uma pessoa negra, 33% namoraram um hispânico
e 15% um asiático. Cerca de 38% dos afro-americanos já namoraram algum
hispânico e 10% um asiático. Cerca de 80% dos brancos disseram que não teriam
problemas em namorar uma pessoa de uma "raça" diferente da sua.
Quanto mais jovem é o americano, mais aberto a relações inter-raciais ele é.
Atualmente, 65% dos americanos nascidos antes de 1946 dizem aceitar namoro
entre brancos e negros. Entre os baby boomers, 84% apoiam namoro inter-racial.
Para os nascidos entre 1965-1976, 87% aceitam a prática.
A resistência era maior entre os brancos: de
1987 a 1988, apenas 44% dos brancos disseram que aceitavam relações inter-raciais,
enquanto que atualmente a taxa dobrou e mais de 80% dos brancos dizem que
aceitam. Durante a década de 1980, cerca de 74% dos afro-americanos concordavam
com o namoro inter-racial. Atualmente, 97% dos afro-americanos concordam. A
entrada maciça de imigrantes de diversas origens nos Estados Unidos têm mudado
a mentalidade da sociedade americana e as linhas raciais têm ficado menos
evidentes. Porém, ainda há barreiras. Na Carolina do Sul, uma universidade
proibia os namoros interraciais até o ano de 2000. Em 2001, 40% dos eleitores
do Alabama foram contra a retirada da proibição de casamentos inter-raciais que
ainda estava escrita na constituição estadual.
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