Escola
Estadual Modelo
PROF.
Francisco Eudo Lima Ribeiro- 8° Ano/ 2016
Texto
2
ILUMINISMO
O iluminismo foi um movimento
global, ou seja, filosófico, político, social, econômico e cultural, que
defendia o uso da razão como o melhor caminho para se alcançar a liberdade, a
autonomia e a emancipação. O centro das ideias e pensadores Iluministas foram a
cidade de Paris. Os iluministas defendiam a criação de escolas para que o povo
fosse educado e a liberdade religiosa. Para divulgar o conhecimento, os
iluministas idealizaram e concretizaram a idéia da Enciclopédia (impressa entre
1751 e 1780), uma obra composta por 35 volumes, na qual estava resumido todo o
conhecimento existente até então.
O iluminismo foi um movimento de reação ao
absolutismo europeu, que tinha como características as estruturas feudais, a
influencia cultural da Igreja Católica, o monopólio comercial e a censura das
“idéias perigosas”. O nome “iluminismo” fez uma alusão ao período vivido até
então, desde a Idade Média, período este de trevas, no qual o poder e o
controle da Igreja regravam a cultura e a sociedade.
Os principais pensadores iluministas foram:
Montesquieu (1689-1755) – Montesquieu formulou os princípios básicos para que
governos tirânicos fossem evitados. Para isso, defendeu a separação da máquina
política em três poderes:
· Executivo: ficaria responsável
pela administração pública de uma nação, geralmente exercido por um rei
(Monarquia) ou chefe de Estado (República);
· Legislativo: ficaria responsável
pelos projetos de leis e representaria a Câmara dos Parlamentares;
· Judiciário: ficaria responsável
pelo órgão jurídico e pelo cumprimento das leis dos cidadãos e dos outros dois
poderes, exercidos pelos juízes e magistrados.
Voltaire (1694-1778) – Critico da
religião e da Monarquia, Voltaire é o homem símbolo do movimento iluminista.
Foi um grande agitador, polêmico e propagandista das idéias iluministas.
Criticou as instituições políticas da monarquia, combatendo o absolutismo , o
poder da Igreja Católica e sua interferência no sistema político. Foi um
importante pensador do iluminismo francês e suas ideias influenciaram muito nos
processos da Revolução Francesa e de Independência dos Estados Unidos.
Diderot (1713-1784) – Dedicou
parte de sua vida à organização da primeira Enciclopédia, sendo essa a sua
principal contribuição. D’Alembert (1717-1783) – Escreveu e ajudou na
organização da enciclopédia.
Rousseau (1712-1778) – Defendia a
"A teoria do bom selvagem", e diz que, o homem por natureza é bom,
nasceu livre, mas sua maldade advém da sociedade que em sua presunçosa
organização não só permite, mas impõem a servidão, a escravidão, a tirania e
inúmeras outras leis que privilegiam as elites dominantes em detrimento dos
mais fracos firmando assim a desigualdade entre os homens, enquanto seres que
vivem em sociedade. Desta forma Rousseau faz uma crítica objetiva contra a
sociedade moderna e um grito de alerta sobre a exploração do homem pelo próprio
homem, desta forma privilegiando o ter em desfavor do ser.
Kant- Quanto à moralidade, é a
vontade boa que para Kant é responsável por tudo o que existe de melhor no
planeta. Sem a moralidade, torna-se impossível conceber o bem, pois o homem
possui vontades que são determinadas por certas regras, sendo que essas regras
se constituem através de máximas, que se reduzem ao principio subjetivo do
querer. Através dessa concepção, Kant pode definir a fórmula do imperativo
categórico que ordena que devemos agir de tal forma que a nossa máxima se
constitua em lei universal.
Adam Smith - Para Smith, não eram
necessárias intervenções na economia, visto que o próprio mercado dispunha de
mecanismos próprios de regulação da mesma: a chamada “mão invisível”, que seria
responsável por trazer benefícios para toda a sociedade, além de promover a
evolução generalizada. Os liberalistas defendem a livre concorrência e a lei da
oferta e da procura. Estes teóricos foram os primeiros a tratar a economia como
ciência. O movimento iluminista utilizou da razão no combate a fé na Igreja e a
ideia de liberdade para combater o poder centralizado da monarquia. Com essa
essência transformou a concepção de homem e de mundo.
A partir do iluminismo surgiu
outro movimento, de cunho mais econômico e político: o liberalismo. Fisiocracia
Fisiocracia, considerada a primeira escola da economia científica, antes até
mesmo da teoria clássica de Adam Smith, é uma teoria econômica que surgiu para
se opor ao mercantilismo, se apresentando como fruto de uma reação iluminista.
Em síntese, a fisiocracia se baseia na afirmação de que toda a riqueza era
proveniente da terra, da agricultura. O idealizador da teoria foi François Quesnay,
médico da corte do rei francês Luís XV. Em seu livro “Tableau Economique”,
escrito em 1758, Quesnay afirmava que era inútil tentar alterar a ordem natural
da sociedade através de leis e regulamentos governamentais, confirmando assim,
uma característica de sua teoria: o estado do laissez faire, ou seja, a
não-intervenção do Estado no sistema econômico.
Para os fisiocratas, a
agricultura era o verdadeiro e único modo de gerar riquezas pelo fato de que a
mesma proporciona grandes lucros e exige poucos investimentos, por isso deveria
ser valorizada, contrariando assim, o pensamento mercantilista da acumulação de
metais. Segundo a teoria, como a agricultura era a única fonte de riquezas,
deveria haver um único imposto, pago pelos proprietários de terra, livrando o
restante da sociedade de grandes quantidades de tributos.
Liberalismo Político Assim como o
liberalismo econômico e o liberalismo social, o liberalismo político baseia-se
na liberdade do cidadão, bem como no afastamento do Estado nas responsabilidades
e pensamentos do mesmo. As correntes liberais, que defendem o liberalismo
político, possuem diversas variações dependendo de seus precursores. Dentre os
nomes mais conhecidos estão John Locke, Montesquieu, Rousseau e Adam Smith.
Entende-se por liberalismo a concepção de Estado em que este tem poderes e
funções limitados, contrapondose, portando ao absolutismo (Estado absoluto) e
ao socialismo (Estado máximo socialista). Filosoficamente, explica-se o
conceito de Estado Liberal como a doutrina que defende os direitos naturais do
homem, como andar, viver, ser feliz, etc. Cabe ao Estado Liberal respeitar tais
direitos, ou seja, respeitar a independência do homem. Liberalismo Econômico A
teoria do liberalismo econômico surgiu no contexto do fim do mercantilismo,
período em que era necessário estabelecer novos paradigmas, já que o
capitalismo estava se firmando cada vez mais. A ideia central do liberalismo
econômico é a defesa da emancipação da economia de qualquer dogma externo a ela
mesma, ou seja, a eliminação de interferências provenientes de qualquer meio na
economia.
No entanto, o principal teórico e
pai da teoria do liberalismo econômico foi Adam Smith. O economista escocês
confrontou as ideias de Quesnay e Gournay, afirmando em seu livro “A Riqueza
das Nações” as principais ideias do liberalismo econômico: a prosperidade
econômica e a acumulação de riquezas não são concebidas através da atividade
rural e nem comercial, mas sim através do trabalho livre, sem nenhum agente
regulador ou interventor.
O despotismo esclarecido O
despotismo esclarecido foi uma forma de governo adotada pelos Reis, no século
XVII, como uma alternativa para a Monarquia Absolutista que estava em crise,
devido às idéias Iluministas. Até então, acreditava-se que o monarca era escolhido
por Deus. Sem serem questionados, os monarcas exerciam seu poder de forma
centralizada, absoluta. No entanto, desde o século XVII as ideias dos filósofos
iluministas ganhavam espaço por toda a Europa.
O Iluminismo foi um movimento
filosófico, político, social, econômico e cultural, que defendia o uso da razão
sobre a visão teocêntrica que vigorou por toda a Idade Média. De acordo com a
divisão da sociedade naquela época, pode-se dizer que o Iluminismo foi um
movimento iniciado pela burguesia. Alguns monarcas sofreram influências das
idéias iluministas, e realizaram algumas reformas em seus reinos, reformas
estas que contribuíram para o desenvolvimento de suas nações. Esses monarcas
ficaram conhecidos como Déspotas Esclarecidos, ou seja, como Reis Absolutos
Iluminados.
Escola Estadual Modelo
Professor: Francisco Eudo Lima
Ribeiro- 8° Ano / 2016
Ano 2016, primeiro bimestre
Conceito de Modernidade
TEXTO 1
Apesar
de varias discussões, modernidade é um conceito histórico que difere do sentido
original da palavra e surgido com o Iluminismo, tendo seu ápice nos séculos XIX
e XX. Podemos definir a modernidade como um conjunto amplo de modificações nas
estruturas sociais do Ocidente, a partir de um processo longo de racionalização
da vida. Nesse sentido, como afirma Jacques Le Goff, modernidade é um conceito
estritamente vinculado ao pensamento ocidental, sendo um processo de
racionalização que atinge as esferas da economia, da política e da cultura.
Segundo Sergio Paulo Rouanet, a racionalização econômica levou o Ocidente a
dissolver as formas feudais e pré-capitalistas de produção e a elaborar uma
mentalidade empresarial fundamentada no cálculo, na previsão, nas técnicas
racionais de contabilidade e de administração e na forma de trabalho livre
assalariado. Enfim, a racionalização econômica se materializa no Capitalismo,
desde o século XVIII até nossos dias.
A
racionalização política, por sua vez, apareceu com a substituição da autoridade
descentralizada medieval pelo Estado moderno, com o sistema tributário
centralizado, as forças militares permanentes, o monopólio da violência e da
legislação pelo Estado e a administração burocrática racional. Com a passagem para
o Estado liberal burguês, no século XVIII, a dominação política deixou de estar
vinculada ao carisma, ao Direito Divino, ao costume, à tradição, e passou a ser
legitimada em fundamentos racionais, em um contrato, em regras estabelecidas
pelos cidadãos. No plano cultural, aos poucos ocorreu o desencantamento do
mundo: o mundo moderno só poderia ser entendido pela razão, sem necessitar
recorrer a mitos, a lendas, ao temor, à superstição. Ou seja, a ciência ganhou
um poder de compreensão do mundo que deveria permitir ao homem escapar de
visões mágicas (fantasmas, bruxas, seres imaginários), derrubando os altares e
instalando o reino da Razão.
Outra
mudança que caracterizou a modernidade foi a separação e a autonomia entre a
ciência, a moral e a arte. Antes, essas esferas de valor estavam embutidas na
religião. Mas a partir da Idade Moderna, e principalmente com a
contemporaneidade, a ciência deixou de precisar do respaldo (e dos limites) da
religião; o comportamento moral também foi separado da religião, e o Ocidente
começou desde então a acreditar que uma pessoa, para ser boa, não precisaria
necessariamente ser religiosa.
Ela
poderia ser racionalmente boa e instituir para si mesmo normas de conduta que
norteariam sua relação com o mundo e com as outras pessoas. Por outro lado, um
homem muito religioso (fanático e dogmático) poderia fazer mal em nome de sua
fé. Por fim, a arte se desvinculou da religião e encontrou formas autônomas de
criação e divulgação, primeiro com o mecenato e posteriormente com a formação do mercado
consumidor de arte, permitindo que o artista possa viver de modo independente
de sua relação com a religião e com o mecenas. Reconhece-se, em geral, a
Ilustração como o fenômeno responsável pelo início da modernidade. A Reforma
Protestante iniciou o processo de secularização do mundo Ocidental, mas foram
os pensadores do século XVIII que o laicizaram de vez. Na Reforma havia ainda o
dogma do pecado original, os pavores e as incertezas da predestinação. O Iluminismo julgou não precisar mais da
religião revelada, nem de Deus, para se portar no mundo. Esse projeto
iluminista de modernização do mundo tinha
duas vertentes, depois herdadas pelo liberalismo e pelo Socialismo: o aumento
da eficácia e o aumento de autonomia. A primeira dimensão pregava a
racionalização das ações dos homens e da relação entre estes e a natureza,
que permitisse maior eficiência científica nas esferas de produção de bens e de
administração política, o que seria possível com a técnica e a tecnologia. Em
suma, essa dimensão instrumental e funcional
garantiria um controle ilimitado do homem sobre a natureza e sobre
outros homens. No entanto, a eficácia degenerou em dominação, e é atualmente
muito criticada por ser responsável pelos estragos ecológicos que o planeta
enfrenta, pela desumanização das relações sociais, pela violência e
belicosidade entre as Nações, pelo tecnicismo frio da vida moderna, por ter
colocado em risco de aniquilamento atômico toda a humanidade. Quando se fala em
crise da modernidade, falase, sobretudo, na crise desse modelo da eficácia que
foi, de fato, o projeto de modernidade que mais se efetivou desde o século
xviii até nossos dias, defendendo uma ciência e uma técnica que são, elas
mesmas, dominação. Sobre a dimensão da autonomia, a modernidade defendia, e
continua a defender, acima de tudo, a libertação do Homem, sem distinção de
sexo, cor, raça, credo ou opinião. Pregava que a razão devia emancipar a
humanidade, que a sociedade civil devia ser livre e atuar sobre uma sólida
opinião pública que geraria tanto o dissenso como o consenso. Essa seria a
modernidade ideal proposta pelo Iluminismo. No entanto, a modernidade realmente
posta em prática pelo Ocidente desde o século XIX, a chamada modernidade real
gerada pelo liberalismo e pelo Socialismo, não foi capaz de emancipar o homem.
Os pensadores que defendem, como Sergio Paulo Rouanet, que o projeto iluminista
de modernidade ainda não foi totalmente realizado, acreditam que a dimensão da
eficácia conduziu a humanidade a um grande desenvolvimento material, ao passo
que a dimensão da autonomia ficou no meio do caminho. Ou seja, o progresso
material não foi acompanhado de maior liberdade, nem da emancipação do homem.
E, aos poucos, como notou Edgar Morin, muito do que a modernidade iluminista
projetou virou mito: a cultura de massa promoveu incontáveis imagens nas quais
o amor, a felicidade, o bem-estar, o descanso, o lazer parecem possível a
todos. A modernidade, assim, se tornou cultura de massas. No âmbito da América
Latina, as oligarquias agroexportadoras durante muito tempo construíram
obstáculos ao processo de modernização em razão de seus interesses internos de
dominação dos demais grupos sociais, apesar de ter sido essa mesma oligarquia
que, no final do século XIX, se propôs a modernizar as cidades, os transportes,
o urbanismo latino-americano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário