domingo, 14 de fevereiro de 2016


Escola Estadual Modelo 
PROF. Francisco Eudo Lima Ribeiro- 8° Ano/ 2016
Texto 2
ILUMINISMO
O iluminismo foi um movimento global, ou seja, filosófico, político, social, econômico e cultural, que defendia o uso da razão como o melhor caminho para se alcançar a liberdade, a autonomia e a emancipação. O centro das ideias e pensadores Iluministas foram a cidade de Paris. Os iluministas defendiam a criação de escolas para que o povo fosse educado e a liberdade religiosa. Para divulgar o conhecimento, os iluministas idealizaram e concretizaram a idéia da Enciclopédia (impressa entre 1751 e 1780), uma obra composta por 35 volumes, na qual estava resumido todo o conhecimento existente até então.
 O iluminismo foi um movimento de reação ao absolutismo europeu, que tinha como características as estruturas feudais, a influencia cultural da Igreja Católica, o monopólio comercial e a censura das “idéias perigosas”. O nome “iluminismo” fez uma alusão ao período vivido até então, desde a Idade Média, período este de trevas, no qual o poder e o controle da Igreja regravam a cultura e a sociedade.
 Os principais pensadores iluministas foram: Montesquieu (1689-1755) – Montesquieu formulou os princípios básicos para que governos tirânicos fossem evitados. Para isso, defendeu a separação da máquina política em três poderes:
 · Executivo: ficaria responsável pela administração pública de uma nação, geralmente exercido por um rei (Monarquia) ou chefe de Estado (República);
 · Legislativo: ficaria responsável pelos projetos de leis e representaria a Câmara dos Parlamentares;
 · Judiciário: ficaria responsável pelo órgão jurídico e pelo cumprimento das leis dos cidadãos e dos outros dois poderes, exercidos pelos juízes e magistrados.
Voltaire (1694-1778) – Critico da religião e da Monarquia, Voltaire é o homem símbolo do movimento iluminista. Foi um grande agitador, polêmico e propagandista das idéias iluministas. Criticou as instituições políticas da monarquia, combatendo o absolutismo , o poder da Igreja Católica e sua interferência no sistema político. Foi um importante pensador do iluminismo francês e suas ideias influenciaram muito nos processos da Revolução Francesa e de Independência dos Estados Unidos.
Diderot (1713-1784) – Dedicou parte de sua vida à organização da primeira Enciclopédia, sendo essa a sua principal contribuição. D’Alembert (1717-1783) – Escreveu e ajudou na organização da enciclopédia.
Rousseau (1712-1778) – Defendia a "A teoria do bom selvagem", e diz que, o homem por natureza é bom, nasceu livre, mas sua maldade advém da sociedade que em sua presunçosa organização não só permite, mas impõem a servidão, a escravidão, a tirania e inúmeras outras leis que privilegiam as elites dominantes em detrimento dos mais fracos firmando assim a desigualdade entre os homens, enquanto seres que vivem em sociedade. Desta forma Rousseau faz uma crítica objetiva contra a sociedade moderna e um grito de alerta sobre a exploração do homem pelo próprio homem, desta forma privilegiando o ter em desfavor do ser.
Kant- Quanto à moralidade, é a vontade boa que para Kant é responsável por tudo o que existe de melhor no planeta. Sem a moralidade, torna-se impossível conceber o bem, pois o homem possui vontades que são determinadas por certas regras, sendo que essas regras se constituem através de máximas, que se reduzem ao principio subjetivo do querer. Através dessa concepção, Kant pode definir a fórmula do imperativo categórico que ordena que devemos agir de tal forma que a nossa máxima se constitua em lei universal.
Adam Smith - Para Smith, não eram necessárias intervenções na economia, visto que o próprio mercado dispunha de mecanismos próprios de regulação da mesma: a chamada “mão invisível”, que seria responsável por trazer benefícios para toda a sociedade, além de promover a evolução generalizada. Os liberalistas defendem a livre concorrência e a lei da oferta e da procura. Estes teóricos foram os primeiros a tratar a economia como ciência. O movimento iluminista utilizou da razão no combate a fé na Igreja e a ideia de liberdade para combater o poder centralizado da monarquia. Com essa essência transformou a concepção de homem e de mundo.
A partir do iluminismo surgiu outro movimento, de cunho mais econômico e político: o liberalismo. Fisiocracia Fisiocracia, considerada a primeira escola da economia científica, antes até mesmo da teoria clássica de Adam Smith, é uma teoria econômica que surgiu para se opor ao mercantilismo, se apresentando como fruto de uma reação iluminista. Em síntese, a fisiocracia se baseia na afirmação de que toda a riqueza era proveniente da terra, da agricultura. O idealizador da teoria foi François Quesnay, médico da corte do rei francês Luís XV. Em seu livro “Tableau Economique”, escrito em 1758, Quesnay afirmava que era inútil tentar alterar a ordem natural da sociedade através de leis e regulamentos governamentais, confirmando assim, uma característica de sua teoria: o estado do laissez faire, ou seja, a não-intervenção do Estado no sistema econômico.
Para os fisiocratas, a agricultura era o verdadeiro e único modo de gerar riquezas pelo fato de que a mesma proporciona grandes lucros e exige poucos investimentos, por isso deveria ser valorizada, contrariando assim, o pensamento mercantilista da acumulação de metais. Segundo a teoria, como a agricultura era a única fonte de riquezas, deveria haver um único imposto, pago pelos proprietários de terra, livrando o restante da sociedade de grandes quantidades de tributos.
Liberalismo Político Assim como o liberalismo econômico e o liberalismo social, o liberalismo político baseia-se na liberdade do cidadão, bem como no afastamento do Estado nas responsabilidades e pensamentos do mesmo. As correntes liberais, que defendem o liberalismo político, possuem diversas variações dependendo de seus precursores. Dentre os nomes mais conhecidos estão John Locke, Montesquieu, Rousseau e Adam Smith. Entende-se por liberalismo a concepção de Estado em que este tem poderes e funções limitados, contrapondose, portando ao absolutismo (Estado absoluto) e ao socialismo (Estado máximo socialista). Filosoficamente, explica-se o conceito de Estado Liberal como a doutrina que defende os direitos naturais do homem, como andar, viver, ser feliz, etc. Cabe ao Estado Liberal respeitar tais direitos, ou seja, respeitar a independência do homem. Liberalismo Econômico A teoria do liberalismo econômico surgiu no contexto do fim do mercantilismo, período em que era necessário estabelecer novos paradigmas, já que o capitalismo estava se firmando cada vez mais. A ideia central do liberalismo econômico é a defesa da emancipação da economia de qualquer dogma externo a ela mesma, ou seja, a eliminação de interferências provenientes de qualquer meio na economia.
No entanto, o principal teórico e pai da teoria do liberalismo econômico foi Adam Smith. O economista escocês confrontou as ideias de Quesnay e Gournay, afirmando em seu livro “A Riqueza das Nações” as principais ideias do liberalismo econômico: a prosperidade econômica e a acumulação de riquezas não são concebidas através da atividade rural e nem comercial, mas sim através do trabalho livre, sem nenhum agente regulador ou interventor.
O despotismo esclarecido O despotismo esclarecido foi uma forma de governo adotada pelos Reis, no século XVII, como uma alternativa para a Monarquia Absolutista que estava em crise, devido às idéias Iluministas. Até então, acreditava-se que o monarca era escolhido por Deus. Sem serem questionados, os monarcas exerciam seu poder de forma centralizada, absoluta. No entanto, desde o século XVII as ideias dos filósofos iluministas ganhavam espaço por toda a Europa.
O Iluminismo foi um movimento filosófico, político, social, econômico e cultural, que defendia o uso da razão sobre a visão teocêntrica que vigorou por toda a Idade Média. De acordo com a divisão da sociedade naquela época, pode-se dizer que o Iluminismo foi um movimento iniciado pela burguesia. Alguns monarcas sofreram influências das idéias iluministas, e realizaram algumas reformas em seus reinos, reformas estas que contribuíram para o desenvolvimento de suas nações. Esses monarcas ficaram conhecidos como Déspotas Esclarecidos, ou seja, como Reis Absolutos Iluminados. 





Escola Estadual Modelo
Professor: Francisco Eudo Lima Ribeiro- 8° Ano / 2016
Ano 2016, primeiro bimestre
Conceito de Modernidade
TEXTO  1
Apesar de varias discussões, modernidade é um conceito histórico que difere do sentido original da palavra e surgido com o Iluminismo, tendo seu ápice nos séculos XIX e XX. Podemos definir a modernidade como um conjunto amplo de modificações nas estruturas sociais do Ocidente, a partir de um processo longo de racionalização da vida. Nesse sentido, como afirma Jacques Le Goff, modernidade é um conceito estritamente vinculado ao pensamento ocidental, sendo um processo de racionalização que atinge as esferas da economia, da política e da cultura. Segundo Sergio Paulo Rouanet, a racionalização econômica levou o Ocidente a dissolver as formas feudais e pré-capitalistas de produção e a elaborar uma mentalidade empresarial fundamentada no cálculo, na previsão, nas técnicas racionais de contabilidade e de administração e na forma de trabalho livre assalariado. Enfim, a racionalização econômica se materializa no Capitalismo, desde o século XVIII até nossos dias.
A racionalização política, por sua vez, apareceu com a substituição da autoridade descentralizada medieval pelo Estado moderno, com o sistema tributário centralizado, as forças militares permanentes, o monopólio da violência e da legislação pelo Estado e a administração burocrática racional. Com a passagem para o Estado liberal burguês, no século XVIII, a dominação política deixou de estar vinculada ao carisma, ao Direito Divino, ao costume, à tradição, e passou a ser legitimada em fundamentos racionais, em um contrato, em regras estabelecidas pelos cidadãos. No plano cultural, aos poucos ocorreu o desencantamento do mundo: o mundo moderno só poderia ser entendido pela razão, sem necessitar recorrer a mitos, a lendas, ao temor, à superstição. Ou seja, a ciência ganhou um poder de compreensão do mundo que deveria permitir ao homem escapar de visões mágicas (fantasmas, bruxas, seres imaginários), derrubando os altares e instalando o reino da Razão.
Outra mudança que caracterizou a modernidade foi a separação e a autonomia entre a ciência, a moral e a arte. Antes, essas esferas de valor estavam embutidas na religião. Mas a partir da Idade Moderna, e principalmente com a contemporaneidade, a ciência deixou de precisar do respaldo (e dos limites) da religião; o comportamento moral também foi separado da religião, e o Ocidente começou desde então a acreditar que uma pessoa, para ser boa, não precisaria necessariamente ser religiosa.

Ela poderia ser racionalmente boa e instituir para si mesmo normas de conduta que norteariam sua relação com o mundo e com as outras pessoas. Por outro lado, um homem muito religioso (fanático e dogmático) poderia fazer mal em nome de sua fé. Por fim, a arte se desvinculou da religião e encontrou formas autônomas de criação e divulgação, primeiro com o mecenato  e posteriormente com a formação do mercado consumidor de arte, permitindo que o artista possa viver de modo independente de sua relação com a religião e com o mecenas. Reconhece-se, em geral, a Ilustração como o fenômeno responsável pelo início da modernidade. A Reforma Protestante iniciou o processo de secularização do mundo Ocidental, mas foram os pensadores do século XVIII que o laicizaram de vez. Na Reforma havia ainda o dogma do pecado original, os pavores e as incertezas da predestinação. O Iluminismo julgou não precisar mais da religião revelada, nem de Deus, para se portar no mundo. Esse projeto iluminista de modernização do mundo  tinha duas vertentes, depois herdadas pelo liberalismo e pelo Socialismo: o aumento da eficácia e o aumento de autonomia. A primeira dimensão pregava a racionalização das ações dos homens e da relação entre estes e a natureza, que permitisse maior eficiência científica nas esferas de produção de bens e de administração política, o que seria possível com a técnica e a tecnologia. Em suma, essa dimensão instrumental e funcional  garantiria um controle ilimitado do homem sobre a natureza e sobre outros homens. No entanto, a eficácia degenerou em dominação, e é atualmente muito criticada por ser responsável pelos estragos ecológicos que o planeta enfrenta, pela desumanização das relações sociais, pela violência e belicosidade entre as Nações, pelo tecnicismo frio da vida moderna, por ter colocado em risco de aniquilamento atômico toda a humanidade. Quando se fala em crise da modernidade, falase, sobretudo, na crise desse modelo da eficácia que foi, de fato, o projeto de modernidade que mais se efetivou desde o século xviii até nossos dias, defendendo uma ciência e uma técnica que são, elas mesmas, dominação. Sobre a dimensão da autonomia, a modernidade defendia, e continua a defender, acima de tudo, a libertação do Homem, sem distinção de sexo, cor, raça, credo ou opinião. Pregava que a razão devia emancipar a humanidade, que a sociedade civil devia ser livre e atuar sobre uma sólida opinião pública que geraria tanto o dissenso como o consenso. Essa seria a modernidade ideal proposta pelo Iluminismo. No entanto, a modernidade realmente posta em prática pelo Ocidente desde o século XIX, a chamada modernidade real gerada pelo liberalismo e pelo Socialismo, não foi capaz de emancipar o homem. Os pensadores que defendem, como Sergio Paulo Rouanet, que o projeto iluminista de modernidade ainda não foi totalmente realizado, acreditam que a dimensão da eficácia conduziu a humanidade a um grande desenvolvimento material, ao passo que a dimensão da autonomia ficou no meio do caminho. Ou seja, o progresso material não foi acompanhado de maior liberdade, nem da emancipação do homem. E, aos poucos, como notou Edgar Morin, muito do que a modernidade iluminista projetou virou mito: a cultura de massa promoveu incontáveis imagens nas quais o amor, a felicidade, o bem-estar, o descanso, o lazer parecem possível a todos. A modernidade, assim, se tornou cultura de massas. No âmbito da América Latina, as oligarquias agroexportadoras durante muito tempo construíram obstáculos ao processo de modernização em razão de seus interesses internos de dominação dos demais grupos sociais, apesar de ter sido essa mesma oligarquia que, no final do século XIX, se propôs a modernizar as cidades, os transportes, o urbanismo latino-americano. 

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