Escola Estadual Modelo-n 2016
Professor. Francisco Eudo Lima Ribeiro
História do Brasil / República da Espada 9° ANO
Texto 2
O Governo Deodoro
(1889-1891)
Durante a transição do regime
político, vários grupos, com interesses diversos, divergiam quanto à concepção
e quanto à forma de governo a ser instaurada. Minas Gerais, São Paulo e Rio
Grande do Sul, as principais lideranças regionais, defendiam a ideia de uma
república federativa, com alto grau de autonomia aos estados. Entretanto, os
mineiros e os membros do Partido Republicano Paulista defendiam um modelo mais
liberal, enquanto os gaúchos, sob influência de Júlio de Castilhos, defendiam um modelo positivista.
Estas seriam as duas principais influências do primeiro período da República.
A influência positivista se refletia no caráter
doutrinário, no apelo ao rigor científico e na matematização. No Brasil,
apresentou ainda a prática do autoritarismo doutrinário, caracterizado
pelo castilhismo. O líder gaúcho propôs ao Congresso constituinte a implantação de um
regime moralizador, fundado nas virtudes republicanas. Sem sucesso no plano
nacional, decidiu implantar suas ideias no Rio Grande do Sul.
Estas ideias ganharam força entre os oficiais do
exército na década de 1870, como uma forma de afirmação da instituição. A
maioria dos oficiais se dizia positivista, tendo ou não estudado as principais
bases da doutrina. Entretanto, havia diferenças de concepção entre os
partidários de Deodoro e de Floriano. Os primeiros consistiam em veteranos da
Guerra do Paraguai, os chamados "tarimbeiros". Muitos não
frequentaram a escola militar e sua motivação era a defesa da honra do
exército, sem ter um grande projeto de desenvolvimento nacional. Embora
Floriano não fosse positivista e também tivesse participado da Guerra do
Paraguai, à sua volta reuniram-se jovens egressos da escola militar, com forte
influência positivista, que se viam como responsáveis pelo progresso do país,
em conjunto com a manutenção da ordem. Mas ambos os grupos tinham um adversário
comum, o liberalismo, e isso manteve a união na instituição. Na visão do
exército, a república precisava de um poder executivo forte, ou até mesmo de
uma fase ditatorial. A autonomia das províncias era vista com cautela, por
trazer o risco de fragmentação do país e por favorecer os interesses dos
fazendeiros.[4] Essa
ideia foi expressa no discurso do capitão tenente Nelson de Almeida, em nome da
Marinha do Brasil:
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E nós agora fazemos os mais ardentes votos
a fim de que todo o poder político nas mãos de um só homem de Estado e
diretamente responsável pelo país. (...) Para termos uma república estável,
feliz e próspera é necessário que o governo seja ditatorial e não
parlamentar. Com a proclamação da república, vários integrantes do antigo
governo foram presos ou exilados. A imprensa foi censurada. A Câmara, o
Senado e o Conselho de Estado foram fechados.
Os liberais, membros do Partido
Republicano, lutaram para garantir a convocação de uma Assembleia
Constituinte, temerosos do prolongamento de uma ditadura em torno de Deodoro.
Apesar disso, Deodoro promulgou a constituição de 1891, confirmando-se como chefe de governo. Nos termos
propostos por Rui Barbosa, era
extinto o poder moderador existente
no império e que poderia limitar uma ditadura pessoal.[6] Por
outro lado, inspirada na constituição dos Estados Unidos da América, a
primeira constituição republicana garantia alguns poderes aos estados, como o
de contrair empréstimos no exterior e o de organizar forças públicas
estaduais, ainda que mantendo o direito de intervenção federal para garantir
a ordem. Também estabeleceu a divisão tripartite de poder, com a volta do
Parlamento. Mas o conflito entre o executivo e o legislativo desencadeou nova
dissolução do parlamento em 3 de novembro de 1891, sem respaldo
constitucional. O consequente desgaste político e a eminência de uma
deposição ou mesmo de uma guerra levaram Deodoro a renunciar, em 23 de
novembro de 1891.[7] [8]
No campo econômico, Deodoro viu estourar a encilhamento, com consequente
surto inflacionário, alta desvalorização cambial e recessão, resultando na
substituição de Rui Barbosa do
cargo de ministro da Fazenda.
Elaboração da constituição brasileira
A
elaboração da constituição brasileira de 1891 iniciou-se em 1889. Após um ano de negociações, a sua promulgação ocorreu
em 24 de fevereiro de 1891. Esta constituição vigorou durante toda a República Velha e sofreu apenas uma alteração em 1926 .
No
início de 1889, iniciaram-se as discussões para a elaboração da nova
constituição, que seria a primeira constituição republicana e que vigoraria
durante toda a Primeira República. Após um ano de negociações com os poderes
que realmente comandavam o Brasil, a promulgação da constituição brasileira
de 1891 aconteceu em 24 de Fevereiro de 1891. Os principais autores da
constituição da Primeira República foram Prudente de Morais e Ruy Barbosa
A constituição de 1891 foi
fortemente inspirada na Constituição
da República Argentina,
naconstituição dos Estados Unidos da América e na Constituição Federal da Suíça[2] , fortemente descentralizadora dos
poderes, dando grande autonomia aos municípios e às antigas províncias, que passaram a ser denominadas
"estados", cujos dirigentes passaram a
ser denominados "presidentes de estado". Foi inspirada no modelo
federalista estadunidense, permitindo que se organizassem de
acordo com seus peculiares interesses, desde que não contradissessem a
Constituição. Exemplo: a constituição do estado do Rio
Grande do Sul permitia a reeleição do presidente do estado.
Consagrou a existência de apenas
três poderes independentes entre si, o Executivo, o Legislativo e o
Judiciário. O antigo Poder Moderador, símbolo da monarquia, foi abolido. Os
membros dos poderes Legislativo e Executivo seriam eleitos pelo voto popular direto,
caracterizando-os como representantes dos cidadãos na vida política nacional.
O
regime de governo escolhido foi o presidencialismo. O mandato do presidente
da República, eleito pelo voto direto, seria de quatro anos, sem direito à
reeleição para o mandato imediatamente seguinte, sem contudo haver
impedimentos para um mandato posterior. Tanto é que Rodrigues Alves foi o
primeiro presidente reeleito do Brasil – apesar de não ter assumido por
morrer às vésperas da posse por gripe espanhola.
O
mesmo valia para o vice-presidente. É interessante notar que, à época, o
vice-presidente era eleito independentemente do candidato à presidência da
República, o que em princípio permitia a escolha do da oposição, o que
dificultava o Governo. Também, no caso de morte ou renúncia do Presidente,
seu vice assumia apenas até serem realizadas novas votações, não tendo que
ficar até ser completado o respectivo quadriênio, como ocorre atualmente.
Claro que isso deu margem a alguns vice-presidentes, como Delfim Moreira,
para prolongarem seus mandatos, dificultando a promoção de novas eleições
presidenciais. Por fim, as eleições para Presidente e vice ocorriam no 1.º de
março, tomando-se as posses no 15 de novembro.
Quanto
às regras eleitorais, determinou-se que o voto no Brasil continuaria "a descoberto"
(não-secreto) – a assinatura da cédula peloeleitor tornou-se
obrigatória – e universal. Por "universal" entenda-se o fim do voto
censitário, que definia o eleitor por sua renda, pois ainda se mantiveram
excluídos do direito ao voto os analfabetos, as mulheres, os praças-de-pré, os religiosos sujeitos à obediência eclesiástica e os mendigos. Além disso,
reservou-se ao Congresso
Nacional a regulamentação do sistema para as eleições de cargos
políticos federais, e às assembleias estaduais a regulamentação para as eleições estaduais
e municipais, o que mudaria apenas a partir da constituição de 1934, com a criação da Justiça
Eleitoral. Ficou mantido o voto distrital, com a
eleição de três deputados para cada distrito eleitoral do país.
Definiu-se,
também, a separação entre a igreja e o Estado: as eleições não ocorreriam mais dentro das igrejas, o governo não
interferiria mais na escolha de cargos do alto clero, como bispos, diáconos e cardeais, e
extinguiu-se a definição de paróquia como
unidade administrativa – que antigamente poderia equivaler tanto a um
município como também a um distrito, vila, comarca ou
mesmo a um bairro (freguesia). Além disso,
o País não mais assumiu uma religião oficial, que à altura era a católica, e
o monopólio de registros civis passou ao Estado, sendo criados os cartórios
para os registros de nascimento, casamento e morte, bem como os cemitérios
públicos, onde qualquer pessoa poderia ser sepultada, independentemente de
seu credo.
O Estado
também assumiu, de forma definitiva, as rédeas da educação, instituindo
várias escolas públicas
de ensino fundamental e intermediário. Essa separação viria a irritar a
Igreja, aliada de última hora dos republicanos e que só se reconciliaria com
o Governo durante o Estado Novo, bem como ajudaria a incitar uma série de revoltas,
como a Guerra de Canudos.
Por fim,
extinguiam-se os foros
de nobreza, bem como os brasões particulares,
não se reconhecendo privilégio aristocrático algum.
É certo que alguns poucos, geralmente os mais influentes entre os
republicanos, mantiveram seus títulos nobiliárquicos e
brasões mesmo em plena República, como o barão de Rio Branco, mas isso mais por respeito e cortesia. Há que se
ressaltar que, pela nova constituição, o brasileiro que aceitasse alguma
titulação estrangeira que contradissesse os preceitos republicanos da carta
de 1891, sem autorização expressa do Congresso, perderia seus direitos
políticos.
Também, as antigas
ordens honoríficas imperiais que
ainda remanesciam, aImperial Ordem do
Cruzeiro e da Imperial Ordem de Avis, foram oficialmente extintas, sendo posteriormente
substituídas pelas ordens Nacional do Cruzeiro do
Sul e do Mérito Militar – que mantiveram muitas das características de suas
antecessoras. Essa continuidade simbólica também se fez notar no pavilhão nacional e no hino, cuja música já era considerada, de forma não-oficial,
o hino nacional desde o Segundo Reinado.
Visando fundamentar juridicamente o
novo regime, a primeira constituição republicana do país
foi redigida à semelhança dos princípios fundamentais da carta estadunidense,
embora os princípios liberais democráticos oriundos
daquela Carta tivessem sido em grande parte suprimidos. Isto ocorreu porque
as pressões das oligarquias latifundiárias, por
meio de seus representantes, exerceram grande influência na redação do texto
desta constituição, daí surgindo o Federalismo, objetivo
dos cafeicultores paulistas para aumentar a descentralização do poder e
fortalecer oligarquias regionais, esvaziando o poder central, especialmente o militar. A influência paulista, à época
detentora de 5/6 do PIB nacional, é determinante, tendo ali surgido o primeiro
partido republicano, formado pela Convenção de Itu. Posteriormente, aliar-se-iam aos republicanos fluminenses e mineiros, e aos
militares.
Os principais pontos da
Constituição foram :
·
Abolição das instituições
monárquicas;
·
As eleições passaram a ser pelo
voto direto, mas continuou a ser descoberto (não secreto);
·
Os mandatos tinham duração de
quatro anos para o presidente, nove anos para senadores e três anos para
deputados federais;
·
Não haveria reeleição de Presidente
e vice para o mandato imediatamente seguinte, não havendo impedimentos para
um posterior a esse;
·
Os candidatos a voto efetivo seriam
escolhidos por homens maiores de 21 anos, à exceção de analfabetos, mendigos
das praças, soldados, mulheres, religiosos sujeitos ao voto de obediência.
·
Os estados da Federação passaram a
ter suas constituições hierarquicamente organizadas em relação à constituição
federal;
·
A Igreja Católica foi
desmembrada do Estado Brasileiro, deixando de ser a religião
oficial do país.
Além disso,
consagrava—se a liberdade de associação e de reunião sem armas, assegurava-se
aos acusados o mais amplo direito de defesa, aboliam-se as penas de galés,
banimento judicial e de morte, instituía-se o habeas-corpus e as garantias de
magistratura aos juízes federais (vitaliciedade, inamovibilidade e
irredutibilidade dos vencimentos).
·
Consagrado artigo especial (Art.
3°) passando para a União a
propriedade de uma área de 14.400 m² destinada à futura a transferência da
capital do Brasil para o planalto central.[3] [4] .
·
Quanto a classificação: promulgada,
rígida, codificada, escrita e material.
O Governo Floriano (1891-1894)
Com a renúncia de Deodoro, Floriano assume
o poder como seu vice. Pressões pela convocação de eleições incluíram a
publicação, em 6 de abril de 1892, de um manifesto de militares de outras
forças, que ficou conhecido como Manifesto dos 13 generais. Floriano recusou-se e ainda afastou os militares,
provocando grande repúdio e instabilidade política até o fim de seu governo.[9]
Ficou conhecido como "Marechal de
Ferro", em virtude da veemência com que combateu os opositores,
especialmente durante a Revolução Federalista,[10] iniciada
em fevereiro de 1893, e a segunda segunda revolta da Armada,
em setembro de 1893. Neste mesmo mês, finalmente é realizada uma eleição
presidencial, e Floriano falha em apontar o sucessor. O vencedor foi Prudente
de Morais, líder da causa republicana e indicado pelo Partido Republicano Paulista
Durante toda a República da Espada, a base
governamental foram as oligarquias agrárias, responsáveis pelo fim da
monarquia. O poder dos militares foi minado aos poucos e por fim sucumbiu à
força política dos republicanos, os chamados barões do café de São Paulo e do
leite, os pecuaristas de Minas Gerais. Assim, com a instituição de eleições
diretas, o cafeicultor paulista Prudente de Morais foi eleito Presidente da
República, encerrando a intervenção e dando início à "política do café
com leite", que norteou o restante da República Velha. Esta se tratava
de um arranjo político envolvendo as oligarquias de São Paulo e Minas Gerais
e o governo central no sentido de controlar o processo sucessório, para que
somente políticos desses dois estados fossem eleitos à presidência de modo
alternado. Tal acordo político só viria a ser quebrado na eleição
presidencial de 1930, quando o presidente em exercício Washington Luis impôs
que o candidato à presidência apoiado pelo seu governo quebrasse a regra da
alternância, o que acabou por resultar na Revolução de 1930.
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Escola Estadual
Modelo-2016
Professor:
Francisco Eudo Lima Ribeiro
História do
Brasil/ Transição do império para a República-9° ANO
TEXTO 1
Esta
pesquisa procura mostrar que nos finais do século XIX, havia uma crise política
e econômica excessivamente grave. Em todo o país notava-se o descontentamento,
onde a situação comercial portuguesa era fraca, onde os operários, os
agricultores e outros trabalhadores ficavam cada vez mais pobres. E de outro
lado a alta burguesia cada vez enriquecia mais com os lucros ganhos com a
indústria e o comércio. O rei e a família real arruinavam o dinheiro do reino e
não conseguia melhorar as condições de vida do povo.
Dessa forma, o regime monárquico
brasileiro passou a ser considerado por diversos setores da sociedade como
inadequado aos problemas da época, tanto político como social-econômico.
Atrelada ao conservadorismo político e a escravidão, dessa forma a monarquia
foi se isolando, tanto no plano internacional como no nacional. Onde sob a
ótica do primeiro, a burguesia industrial questionava a escravidão e com ela,
indiretamente a monarquia e no ponto de vista nacional, o segundo Reinado
começou a ser abandonado pela Igreja, que insurgiu contra a submissão ao Estado
através do padroado (questão religiosa); pelo Exército, que não aceitava mais
ficar relegado, pelo governo e onde essa insatisfação viria a eclodir com a
revolta de importantes chefes do Exército, em face ao descaso de político e
ministros conservadores àquela instituição (questão militar); e pelos senhores
de escravos, que não se conformavam com a abolição da escravatura e com fato de
não terem sido indenizado (questão abolicionista). Além de que desde 1870, o
ideal republicano, que há havia estado presente em vários movimentos
brasileiros, ganhara uma formação mais sólida e concreta.
A Crise da
Monarquia.
A crise do sistema monárquico
brasileiro pode ser analisada através das seguintes questões: Interferência de
D. Pedro II, nos assuntos religiosos, provocando um descontentamento na Igreja
Católica;
Críticas
feitas por integrantes do Exército Brasileiro, que não apoiava a corrupção
existente na corte. Além das proibições imposta pela Monarquia, onde os
oficiais do Exército não podiam se manifestar na Imprensa;
A
Classe média (funcionários públicos, profissionais liberais, jornalistas,
estudantes, artistas, comerciantes), estavam crescendo nos grandes centros
urbanos e desejava mais liberdade e maior participação nos assuntos políticos
do país. Identificada com os ideais republicanos, esta classe social passou a
apoiar o fim do Império;
A
falta de apoio dos proprietários rurais, principalmente dos cafeicultores do
Oeste Paulista, que desejava obter maior poder político, já que tinham grande
poder econômico.
Assim de acordo com as pressões e
da falta de apoio popular das constantes críticas que partiam de vários setores
sociais, o imperador e seu governo, encontravam-se enfraquecidos e frágeis,
dessa forma, D. Pedro II estava cada vez mais afastado das decisões políticas
do país. Enquanto isso, o movimento republicano ganhava força no Brasil.
A Questão Militar- Depois da Guerra do Paraguai, o
Exército ganhou importância na Sociedade. Mas, não tinham reconhecimento do
governo monárquico. O poder dos civis era maior do que o dos militares. Sendo
assim o militares queriam maior participação na vida política do país, sendo
que os oficiais do Exército começaram a aderir às ideias republicanas.
Conforme
aponta José Ribeiro Júnior (1977 p.205), durante a Guerra do Paraguai, o
exército brasileiro, um dos integrantes, ao lado de Uruguai e Argentina, da
chamada Tríplice Aliança, desenvolveu um sentimento de classe. Esse espírito de
corporação será, após o término da guerra em 1870, responsável pela maior parte
dos atritos entre exército e os políticos do Império. De fato, como observa o
autor, o exército brasileiro sempre ocupou um lugar secundário na estrutura
política da monarquia. Quando a guerra chegou ao fim, o exército não obteve dos
políticos do Império qualquer tipo de reconhecimento pelo trabalho realizado
durante o confronto o Paraguai de Sólon Lopes. Além do mais, o exército se
ressentia dos baixos soldos e da ausência de investimentos, por parte do
governo, em relação à estrutura da instituição militar. O atraso de pensões,
comuns durante esse período, só faziam aumentar a insatisfação dos militares
que acabavam quase sempre punidos todas as vezes que tornavam públicas suas
posições políticas.
A
República no Brasil, começou a ter seus primeiros passos em 1870, coma
publicação do “Manifesto Republicano”, no Jornal A República. Com assinaturas
de jornalistas, advogados, médicos, negociantes e fazendeiros o documento
anunciava: “Somos da América e queremos ser americanos”. Ser americano, naquele
momento, significava ser republicano. Afinal, o Brasil era o único país do
continente que ainda adotava a monarquia como regime de governo.
O
manifesto defendia também o Federalismo (autonomia para as províncias
administrarem seus próprios negócios), e criticava o poder do imperador. Além
disso, as ideias como o Abolicionismo e Positivismo contribuíram para a
articulação da “Proclamação da República” em 15 de novembro de 1889 e a formação
do Governo Provisório presidido pelo Marechal Deodoro da Fonseca.
E segundo o historiador José Murilo de
Carvalho em seu livro A Formação das Almas, durante a gestação da República,
destacaram-se três projetos políticos: Liberalismo à americana- defendia uma
sociedade regulada pelo mercado, sem intervenção do Estado na vida dos
cidadãos. Era adotada principalmente pelas oligarquias rurais paulistas (PRP) e
mineras;
Jacobinismo
à francesa- pregava a participação direta dos cidadãos no governo. Alguns setores
urbanos, como os profissionais liberais, os estudantes, os jornalistas e os
professores defendiam o jacobinismo;
Positivismo-criado
pelo francês Augusto Comte, defendia um Poder Executivo forte e um Estado
intervencionista. Grande parte dos militares brasileiros identificava-se com
esse projeto.
Por fim, percebe-se que o acontecimento da
Proclamação da República, contou com a participação de lideranças de vários
setores como militares, como o general Deodoro da Fonseca e o tenente coronel
Benjamin Constant, republicanos do grupo moderado, como Quintino Bocaiúva,
Campos Sales e Aristides Lobo e um político desencantado com a Monarquia e
favorável à federação, Rui Barbosa, quanto ao povo, pouco participou. Ou seja,
não havia ninguém que pudesse ser considerado um representante das camadas
populares.
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