terça-feira, 9 de junho de 2015

Texto de História, para os alunos que não tem livro- 7° Ano



 Texto de História, para os alunos que não tem livro- 7° Ano

Texto referente ao Capitulo 5

O Império de Axum ou Aksum (também chamado de Reino de Axum/Aksum) foi um reino africano que se tornou conhecido pelos povos da região, incluindo o Mediterrâneo, por volta do século I. Tinha a sua capital na cidade de Axum, na atual Etiópia, embora as cidades mais prósperas fossem os portos do mar Vermelho de Adúlis e Matara, na actual Eritreia. Tal como, mais tarde, os reis da Etiópia acreditavam ser descendentes do rei Salomão e da rainha de Sabá, os monarcas axumitas tinham a mesma crença.
A cidade de Axum foi aparentemente fundada por volta de 100 d.C., mas a região circundante é habitada há milênios.2 A terra de Punt, mencionada pelos antigos egípcios como fonte de mirra, localizava-se possivelmente na zona de Axum.2 Por volta de 500 aC surgiu na área uma cultura pré-Axumita, chamada Da'amat, com ligações culturais com o sul da vizinha península Arábica.2 De fato, desde o segundo milênio a.C. até o século IV d.C., a região de Axum foi colonizada por imigrantes sabeus vindos da península Arábica. A influência da cultura dos sabeus é vista na arquitetura e na língua do império, o ge'ez.
A partir deste contexto, Axum foi sede de um dos estados mais poderosos da região entre o Império Romano do Oriente e a Pérsia, cujo poder estendeu-se do século I ao XIII d.C.3 O auge da cidade e do Império de Axum ocorreu no século IV d.C., quando o território controlado abrangia a atual Etiópia, o sul do Egipto e parte da Arábia, no sul do atual Iêmem.3 O comércio marítimo, com rotas que chegavam até o Ceilão, era realizado através do porto de Adúlis (na atual Eritreia).3 Segundo o autor grego anônimo do "Périplo pelo mar da Eritreia", datado do século I d.C., Adúlis exportava escravos, marfim e cornos de rinoceronte.2 Relações comerciais foram mantidas com a então província romana do Egipto desde o século I e com a Índia a partir do século III; o comércio continuou com o Egipto, Síria e o Império Bizantino até o século VII.2 A área da cidade chegou a cobrir 250 acres e estima-se que a população alcançou 20.000 pessoas no seu auge.2 A desaparição do império de Meroé, por volta de 320 d.C., pode estar relacionado ao crescimento de Axum, que com isso pôde redirecionar o comércio de marfim do rio Nilo ao porto de Adúlis.2 Sinal da importância econômica da cidade foi a cunhagem de moedas, que começou no século III e continuou até o século VII.
Durante os primeiros séculos do primeiro milênio d.C. foram levantados, no campo de Mai Hedja, grandes estelas de pedra que recordavam grandes reis. Essa prática, que durou até cerca de 330 d.C., terminou na época do rei Ezana, que converteu-se ao cristianismo. Em total há 126 obeliscos em Axum, incluído o de maior tamanho conhecido, quase todos atualmente caídos e partidos em pedaços.
Segundo a história contada por Teodoreto5 , que se refere aos eventos como passando na Índia, um homem de Tiro, interessado em comerciar com a Índia, partiu em viagem com seus dois sobrinhos. O barco, porém, foi atacado por bárbaros, que mataram quase todos a bordo. Seus sobrinhos, Edésio (Ædesius) e Frumêncio (Frumentius), foram levados como escravos ao rei do país, que, percebendo sua inteligência, os promoveu a superintendentes do reino. Eles eram cristãos, e continuaram servindo ao reino após a morte do rei e a ascensão ao trono do seu filho. Após algum tempo, eles pediram para voltar para seu país, e voltaram a território romano. Edésio foi para Tiro, mas Frumêncio para Alexandria, onde informou que os indianos estavam ansiosos para ganhar a luz espiritual. Atanásio, o bispo, disse que não havia ninguém melhor que o próprio Frumêncio para a missão, nomeou-o bispo, e enviou-o de volta.

Com base na história de Teodoreto e outras evidências, considera-se que o cristianismo foi adotado como religião estatal de Axum em 330, o que criou laços religiosos com o Egito (então cristão) e Constantinopla. O rei Ezana foi convertido ao cristianismo por Frumêncio, um monge sírio que foi mais tarde feito bispo pela Igreja Copta egípcia.2 A partir dessa época, os reis cristãos de Axum construíram palácios e igrejas, entre estas a primeira Igreja de Santa Maria, levantada em finais do século IV, segundo uma lenda, na área de um lago que secou milagrosamente.2 Achados arqueológicos e antigos textos mostram que a cidade contou com palácios e casas nobres de pedra com vários andares, mas a maioria das moradas em Axum eram de barro e cobertas de palha.
Segundo a tradição religiosa da Igreja Ortodoxa Etíope, recolhida na obra Kebra Nagast (século XIII), foi de Axum que partiu Makeda, a rainha de Sabá, para visitar o rei Salomão em Jerusalém.6 Ainda segundo a tradição, da união entre ambos nasceu Menelik, que após visitar o pai trouxe à Etiópia a Arca da Aliança, que até hoje estaria numa capela do complexo da Igreja de Santa Maria de Sião.
A partir do século VII se inicia a decadência de Axum, primeiro devido à instabilidade comercial causada pelas disputas entre bizantinos e os persas do Império Sassânida e, após 632, pela expansão dos domínios dos árabes muçulmanos.2 Apesar de que as relações com os muçulmanos foram inicialmente amistosas, a partir do século VII a ascensão da dinastia omíada causou seu declínio final. Os árabes dominaram o comércio do mar Vermelho, conquistando Adúlis e cortando as rotas comerciais do Império de Axum.2 A produção agrícola caiu, provavelmente por problemas ambientais e de excessiva exploração da área circundante da cidade, que nos finais do século VIII foi reduzida a um vilarejo.2 As elites abandonaram a cidade, assim como os reis, que transferiram a capital ao sul. Apesar haver mantido sua importância simbólica, especialmente religiosa, os líderes da igreja etíope deixaram a cidade na metade do século X.2
Decadência
Após um longo período de obscuridade, Axum começa a reviver a partir do século XV. A Igreja de Santa Maria de Sião foi reconstruída em 1404, e novos bairros de moradia foram criados no século XVI.2 Porém, em 1535, a cidade foi invadida e destruída pelo chefe militar somali Ahmad ibn Ibrihim al-Ghazi. Nos séculos seguintes, Axum foi vítima de pragas de gafanhotos, cólera e fome que dizimaram a população.2 A importância simbólica para a religião e realeza etíope, porém, nunca foi esquecida.
O Islamismo é a religião com o maior número de adeptos na África, seguido do Cristianismo, de acordo com a World Book Encyclopedia. Apesar disso, o número exato de pessoas que praticam esta religião é desconhecido, pois as pesquisas demográficas no continente são incompletas. Segundo a Encyclopedia Britannica, a África é constituída por 45% de muçulmanos, 40% de cristãos e menos de 15% de ateus, ou que seguem cultos africanos.
Reinos africanos sob a influência islâmica
O Islã foi introduzido no continente africano pouco depois de seu surgimento, e diversos reinos islâmicos se estabeleceram no continente durante os períodos seguintes, continuando seu rápido crescimento através do século XX e no século XXI, com uma taxa de crescimento, por algumas estimativas, que é duas vezes mais rápido do Cristianismo na África2 O islamismo na África está aumentando paralelamente aos falantes das línguas bantu, que costumam seguir o Islão na África central e na oriental. [carece de fontes] As divergências entre as religiões islâmica e cristã têm sido a causa de diversos conflitos, sobretudo em países onde não há maioria absoluta por parte de nenhuma das religiões, como na Tanzânia, Nigéria e Costa do Marfim.
Norte da África
A expansão muçulmana no norte da África pode ser datada do século VII, quando chegaram ao Egito muçulmano da Península Arábica, a partir da expansão do Califado Omíada. Estes árabes muçulmanos tiveram que enfrentar a resistência dos exércitos bizantinos, bem como dos povos berberes. No século X, a busca por ouro levou o avanço egípcio à região da Líbia, estendendo a influência islâmica e a cultura árabe para aquelas partes. A expansão da influência muçulmana teve como consequência o surgimento de novos califados. Em algumas regiões, simultaneamente à adoção da religião islâmica, a presença árabe se tornou mais marcante, pois foram adotados igualmente outros aspectos da cultura árabe, como o idioma. Com o passar do tempo, estas regiões adquiriram exércitos de escravos e fortaleceram seus poderes. Assim, foram se tornando áreas autônomas.
Por volta do século VII, o Egito invadiu a Núbia - um reino cristão - e, três séculos depois exigiu a conversão do reino ao Islã. O processo de conversão do reino da Núbia foi marcado por enfrentamento militar e diversos conflitos.
Entretanto, ao mesmo tempo em que o islamismo foi se expandido por conta das conquistas árabes, sabe-se que esta religião não permaneceu a mesma. O Islã sofreu diferentes modificações durante a conversão das diversas populações africanas. Este processo é conhecido como a "africanização" do Islã, em que, ao mesmo tempo em que os africanos se convertiam, levavam para o Islã traços de suas culturas originais.
África ocidental
A islamização da África ocidental não se deu a partir de conquistas territoriais. O fator principal da expansão muçulmana nesta região foi o comércio transa ariano, que envolvia a África ocidental e o norte do continente. O processo ocorreu após a consolidação da conquista árabe ao norte, iniciando-se a partir do século IX. Esse comércio envolvia a captura de escravos que eram levados ao norte do continente. Esse tráfico de escravos teve inicio com as guerras santas, incluídas no processo de expansão do islamismo para o Norte da África e para a Europa mediterrânica.
Séculos XVIII e XIX
Começa no século XVIII umas nova fase da islamização africana5 . A demanda por escravos gerada pelo comércio transatlântico de escravos resultou no surgimento de novos Estados no litoral africano e de elites comerciantes muçulmanas. Parte dos escravos vendidos eram também muçulmanos, que podiam ser considerados como "impuros" devido à coexistência de rituais politeístas com práticas islâmicas. Nesta época, havia uma forte relação entre o comércio e a religião, o que propiciou a expansão desta.
No século XIX, o colonialismo principalmente francês e britânico concorreu com os Estados islâmicos independente. Estes Estados não reagiram de maneira uniforme, havendo variações de região para região. Na luta contra a influência europeia, havia a presença de muçulmanos e de elites ocidentalizadas em consequência da própria colonização.
A Costa oriental por muito tempo foi parte de rotas comerciais que ligavam o Oriente Médio e o norte da África até o Extremo Oriente. As trocas comerciais favoreciam o contato com diferentes ideias e a circulação de pessoas trouxe o islamismo para esta região da África. O avanço da islamização teve como consequência o surgimento de algumas populações muçulmanas na costa oriental. No século XI fundou-se uma dinastia islâmica em Quíloa, na costa da atual Tanzânia
Costa oriental
A Costa oriental por muito tempo foi parte de rotas comerciais que ligavam o Oriente Médio e o norte da África até o Extremo Oriente. As trocas comerciais favoreciam o contato com diferentes ideias e a circulação de pessoas trouxe o islamismo para esta região da África. O avanço da islamização teve como consequência o surgimento de algumas populações muçulmanas na costa oriental. No século XI fundou-se uma dinastia islâmica em Quíloa, na costa da atual Tanzânia.
Charia
A lei Charia influencia fortemente o código legal na maioria dos países islâmicos, mas a extensão do seu impacto varia muito. Na África, a maioria dos países limita o uso de Charia às leis que regem o estado civil do indivíduo para questões como casamento, divórcio, herança e custódia dos filhos. Com as exceções de Nigéria e da Somália e da recente separação do Sudão, o secularismo não parece enfrentar qualquer ameaça grave na África, apesar de que o novo renascimento islâmico tem tido um grande impacto sobre segmentos muçulmanos da população, como é o caso dos países africanos da primavera árabe, o Egito, a Tunísia e a Líbia. A coabitação ou convivência entre muçulmanos e não-muçulmanos continua a ser, em sua maior parte, pacífica.
A Nigéria é o lar da maior população muçulmana da África Subsariana. Em 1999, no norte da Nigéria estados adotaram a Charia para o código penal, mas as punições têm sido raras. Na verdade, dezenas de mulheres condenadas por adultério e condenadas ao apedrejamento até a morte foram posteriormente libertadas. O Egito, um dos maiores países muçulmanos na África, afirma a Charia como principal fonte de sua legislação, mas seus códigos penal e civil são baseados em grande parte no direito francês.
Os muçulmanos na África em geral pertencem à denominação sunita, embora haja também um número significativo de seguidores xiitas e Ahmadiyya. Além disso, o Sufismo, a dimensão mística do Islã, também tem uma presença. A maddhab Malik é a escola dominante de jurisprudência entre a maioria das comunidades sunitas do continente, enquanto a maddhab Shafi'i é prevalente no Chifre da África, Egito oriental, e da CostaSuaíli. O fiqh Hanafi também é seguido no oeste do Egito.
 IMPÉRIO DE SONGHAI 
   Nos primeiros séculos de nossa Era, pescadores nômades sorko se estabelecem na grande curva do rio Níger, onde convivem e depois assimilam seus vizinhos, os agricultores soromba. As comunidades se expandem ao longo das margens do rio, durante os séculos 5º e 6º, integrando também os caçadores gow.
Segundo a tradição, Faran Maghan Bote é quem primeiro consegue reunir os clãs antes dispersos. Ele institui a dinastia dya e funda o pequeno reino de Kukia, considerado o berço do futuro império songhai.
No início do século 10º, o rei dya Kossoi abraça a fé islâmica e conquista a cidade de Gao (no atual Mali), transformando-a na capital de um reino "cujos moradores professam a religião muçulmana, enquanto os povos que a rodeiam vivem na idolatria", na visão do historiador árabe Ibn Hawqal.
Em 1325, o reino de Kukia cai sob o domínio do império Mali, ficando obrigado a pagar tributos. Apesar disso, Gao continua sendo "uma das mais belas cidades dos negros e uma das mais fartas, pois não faltam arroz, leite, aves e peixes", escreve Ibn Battuta em seu livro Viagem ao Sudão.
    Ali Kolen é como se chama o verdadeiro fundador do império songhai. Lá pela metade do século 15, ele consegue libertar seu povo do jugo do império Mali e toma para si o título de sonni (= senhor). No poder durante quase trinta anos (1464-1492), o império que constrói não fica devendo nada a outros impérios da época, dos maias, astecas ou europeus.
Com a morte de Ali, um de seus melhores generais, chamado Mohammed, usurpa o trono do herdeiro e inaugura a dinastia askya. É quando o império songhai alcança o seu apogeu.

Mohammed continua as campanhas vitoriosas de seu antecessor. Sua obra principal, porém, consiste em criar uma estrutura sólida e uma administração centralizada para os seus domínios. O império é dividido em províncias, à frente das quais coloca gente de sua inteira confiança.
Mohammed incentiva como ninguém iniciativas no campo das artes e das letras. Junto com Gao, a capital político-administrativa, Tombuctu se torna a capital do saber, uma verdadeira "Atenas do deserto".
Eram numerosos os juízes, médicos e sacerdotes da cidade, e o rei os pagava muito bem. Grande era a procura por manuscritos importados, e o comércio de livros constituía um dos mais lucrativos. A universidade de Tombuctu contava com 150 escolas com os três níveis de ensino: primário, secundário e superior.
A cultura, porém, não é o único ponto forte dos Songhai. Eles se destacam também no campo da economia: exploram minas de sal, canalizam o rio Níger, perfuram poços, melhoram a produção agrícola, unificam pesos e medidas, criam um ministério para a pesca e as florestas. Tudo isso contribui para melhorar ainda mais o padrão de vida da população.
Outra característica dos Songhai é o espírito cosmopolita e universal de seu império. É o que se deixa deduzir, por exemplo, de uma oração atribuída a Konboro, rei de Djenne, em que ele pede, entre outras coisas: "Se alguém é obrigado a deixar seu país por causa da indigência e da miséria, que venha viver em Djenne e encontre aqui fartura e riqueza, de modo que possa esquecer sua terra natal... Que esta cidade tenha mais estrangeiros que nativos".
Mas nem tudo é luz no império songhai. Aos poucos vão surgindo também problemas e injustiças. Toda essa estrutura administrativa e cultural, para ser mantida, precisava de muito dinheiro.
Assim, os impostos do império "eram tão altos que só sobrava para os habitantes o necessário para sobreviver", relatam as crônicas. O pesado fardo caía sobretudo sobre as costas de agricultores e criadores de animais, considerados pessoas "de uma ignorância absoluta".
As riquezas do império songhai, sobretudo ouro e sal, acabaram despertando a ambição dos marroquinos, que já em 1584 enviaram uma primeira expedição. Fome e sede, porém, barraram os soldados invasores no deserto.
Seis anos depois, uma nova tentativa. O sultão marroquino envia uma expedição de 4 mil homens armados, sob o comando do mercenário espanhol El D'Jouder.
Dessa vez, as armas de fogo se impõem, e os Songhai são derrotados na batalha de Tondibi, em março de 1591. El D'Jouder se instala em Tombuctu, e dali envia riquezas ao Marrocos: camelos carregados de ouro bruto, pimenta, chifres e uma espécie de madeira usada para tingir tecidos, além de cavalos, eunucos, anões e escravos de ambos os sexos.
A invasão transforma o panorama. A fome toma conta de Tombuctu. A escassez de comida é tão grande que muitas pessoas sobrevivem comendo cadáveres de animais e de seres humanos. Como se não bastasse, surge uma peste que dizima parte da população. A situação pior dura dois anos e obriga o povo a se desfazer de tudo o que possuía, para se manter.
Junto com a ruína econômica chega a decadência moral. "A partir desse momento, tudo muda", escreve um historiador. "A segurança cede lugar ao perigo, a opulência à miséria. Distúrbios, calamidades e violência tomam o lugar da tranqüilidade. Em todo lugar e em todas as direções se vêem roubos e guerra. A desordem é geral."
Depois de arruinar tão rica cultura, os marroquinos se retiram. Em 1670, o povo dos Bambara conquista Tombuctu, enquanto os Tuareg ocupam Gao, a capital. Desaparece assim o maior império da Idade Média africana.
Os atuais Songhai habitam o Mali (onde são uns 300 mil) e o Níger (cerca de 150 mil). Outros pequenos grupos vivem em Burkina Fasso, Benin e Nigéria. São fruto da mestiçagem entre a antiga população e os imigrantes que chegaram do Norte: Berberes, Tuareg e árabes.
Os Songhai de hoje já não são mais os senhores de um tempo, embora não deixem de ser bons comerciantes e agricultores. O trabalho no campo se limita aos meses de maio (para a semeadura) e outubro (para a colheita). O resto do ano, dedicam ao artesanato e à criação de gado. Habitam em cabanas circulares e são polígamos, mas a mulher é tratada com mais respeito do que em outros grupos.
A organização social é bem definida, com diferentes estratos: artesãos e comerciantes, ferreiros, sapateiros, tecelões, etc. Trata-se de verdadeiras castas, embora em muitos lugares os membros de uma mesma família possam exercer diferentes tarefas.
O jogo, a caça e outras atividades do grupo ajudam no desenvolvimento físico da criança, que recebe a educação pessoal na família, a comunitária no povoado e a profissional no interior de cada casta.
O islamismo é a religião da maioria dos Songhai, embora as religiões tradicionais ocupem um lugar de destaque na sociedade e, mais ou menos em segredo, continuem sendo praticadas.
IMPÉRIO KANEM BORNU
Região do interior de África a oeste do lago Chade, antigamente um império independente e que chegou a grande florescimento.
As origens de Kanem Bornu situam-se entre o século VIII e XI (750-1075). Foi uma das regiões mais importantes na história do continente africano, por duas razões: primeiro, nas suas origens viu diferentes povos praticarem estilos de vida variados nas proximidades do lago. O quotidiano destas populações ia desde a caça e pesca à pastorícia e agricultura. Esta diversidade de culturas e economia encorajou os intercâmbios entre as diferentes sociedades desta região, mas também significou a intensificação da competição, proporcionando uma maior coesão dos diferentes grupos, já que cada um deles se encontrava em diferentes estádios de desenvolvimento social e governamental; segundo, dada a sua situação geográfica, o lago Chade era um ponto de confluência das rotas sudanesas e sarianas. Tal como no Mali e Songhai, este comércio deu origem ao crescimento de Estados poderosos encabeçados por reis, primeiro no nordeste do lago (Kanem) e mais tarde no sudoeste (Bornu).
Apesar de haver ainda muito por explicar, a tradição dos governantes ou mais de Kanem recorda o reino de Hummay, que teve o seu início por volta de 1075, como ponto de viragem fundamental nas história dos reinos do lago Chade. O crescimento da autoridade desses governantes esteve intimamente ligado com a islamização. O Islão penetrou no Kanem muito antes do século XI através das rotas transarianas e também graças ao interesse demonstrado pelos reis Zaghawa pela nova religião.
Após um longo período de acalmia em Kanem, eram iminentes os fatores desestabilizadores que irromperam algumas décadas após a morte de Dibalami em 1248: rivalidades entre a família real, fundamentadas pela prática de Dibalami nomear para os altos cargos os seus próprios filhos, levaram a uma desagregação interna; apesar de os muçulmanos terem dado grandes passos sob a proteção de Dibalami, povos não muçulmanos que foram alvo das hostilidades daquele - as suas Jihads e destruição da mune, por exemplo -, procuravam uma oportunidade para retaliar; a dinastia Sefuwa começou a ser desafiada por Bulala, uma dinastia rival que estabeleceu a sua base nas proximidades do lago Fitri, a este do lago Chade; por fim, a economia Kanem encontrava-se debilitada - a região possuía poucos recursos naturais e a sua maior fonte de receitas era a guerra.

Por volta do século XIII, estes e outros fatores de conflito levaram ao colapso do estado Kanem, que, no entanto, não desapareceu. Em vez disso, deslocou-se para Bornu, a sudoeste do lago Chade.
A estabilidade e segurança do emergente império de Bornu foi atingida sob Sefuwa mai Ali Gaji, cujo reinado (cerca 1465-1497) acabou com as lutas pelo trono entre os diversos ramos dos Sefuwa.
A herança do trono de pai para filho, que antes não era costume entre os Kanuri, torna-se agora a forma de sucessão ao trono. Mai Ali foi um militar bem-sucedido, que sem dúvida contribuiu para o fortalecimento e a duração do seu reino: uma vitória decisiva sob os Bulala acabou de uma vez por todas com a ameaça destes velhos rivais e permitiu a conquista da antiga capital Sefuwa, Njimi, no reinado do sucesso de Ali Gaji, Idris Katakarmabe (cerca 1497-1515).
OS IORUBÁS


As lendas contam que Ilé-Ifé teria sido o próprio berço da humanidade. Ali, todos os povos e reinos descenderiam do deus-rei Odudua, fundador da cidade sagrada. Outra lenda diz que Odudua seria o condutor de uma gente vinda do Leste.
Após a fundação da cidade sagrada o povo teria se espalhado pela região e tomou forma final por volta do final do primeiro milênio. Possível época da fundação de Oyo, capital política dos iorubas. Cidades independentes com seus governantes, camponeses. O Senhor do reino ratificava o poder dos mandantes de cada cidade que era chamado de Bale e tinha a assembléia dos notáveis, que era na realidade a detentora da autoridade. O guarda muralhas, em geral era um mágico, o babalaô, que recolhia os impostos. Uma aristocracia improdutiva controlava as armas, o poder político, o comércio local, nacional e internacional.

As comunidades iorubás que se desenvolveram principalmente no sudeste da atual Nigéria constituíram um dos grandes centros civilizatórios da Guiné e chegaram a influenciar outras civilizações da região, como o reino de Benin. Esta irradiação cultural não se restringiu apenas ao continente africano.

Milhares de iorubas escravizados foram desembarcados no Brasil, fecundando a cultura e a história do nosso país. Uma explicação plausível sobre a gênese do povo ioruba, seria as diversas migrações através das regiões entre o Lago Chade e o Níger.
Os Yorubas do Sul da África Ocidental (República do Benin, Nigéria e Togo, incluindo também peças de Gana, Camarões e Serra Leoa), tem uma muito rica e vibrante comunidade artesanal, criando arte contemporânea e tradicional. O costume de arte e artesãos entre o Yoruba é profundamente assinalado no corpo literário Ifá que indica os orixás Ogun, Obatala, Oxum e Obalufon como central à mitologia de criação inclusive a obra artística (isto é a arte da humanidade). Ao longo dos anos, muitos já vieram cruzar idéias estrangeiras da obra artística e arte contemporânea com as formas de arte tradicionais encontradas na África Ocidental.
A língua iorubá vem sido falada pelo povo iorubá há muitos séculos. Ao lado de outros idiomas, é falado na parte oeste da África, principalmente na Nigéria, Benim, Togo e Serra Leoa.
No continente americano, o iorubá também é falado, sobretudo em ritos religiosos, como os ritos afro-brasileiros, onde é chamado de nagô, e os ritos afro-cubanos de Cuba (e em menor escala, em certas partes dos Estados Unidos entre pessoas de origem cubana), onde é conhecido também por lucumí).

Segundo diversos pesquisadores o termo iorubá é recente. Segundo Biobaku, aplica-se a um grupo linguístico de vários milhões de indivíduos. Ele acrescenta que, "além da [língua] comum, os iorubas estão unidos por uma mesma [cultura] e tradições de sua origem comum, na cidade de Ifé, mas não parece que tenham jamais constituído uma única entidade política, e também é duvidoso que, antes do século XIX, eles se chamassem uns aos outros por um mesmo nome". A. E. Ellis mencionou-o, judiciosamente, no título do seu livro The Yorùbá speaking people ("O povo que fala iorubá"), dando a significação de língua a uma expressão que teve a tendência a ser posteriormente aplicada a um povo, a uma expressão ou a um território. Antes de se ter conhecimento do termo iorubá, os livros dos primeiros viajantes e os mapas antigos, entre 1656 e 1730, são unânimes em chamar Ulkumy ou Ulcuim, com algumas variantes. Depois de Snelgrave, em 1734, o termo Ulkumy desapareceu dos mapas e é substituído por Ayo ou Eyo (para designar Oyo).
Francisco Pereira Mendes, em 1726, comandante do forte português de Ajudá, já mencionava em seus relatórios enviados à Bahia os ataques dos ayos contra os territórios de Agadjá, rei de Daomé chamado de "o Revoltoso" por haver atacado Allada em 1724, e que iria, posteriormente, conquistar Uidá, em 1727. Foi esse povo, chamado atualmente uidá (glébué para os daomeanos, igéléfé para os iorubás, ajudá para os portugueses, juda ou grégoy para os franceses, Whidah para os ingleses e fida para os holandeses) e habitado pelos hwéda, que se tornou o principal ponto de exportação dos escravos originários das regiões vizinhas, inimigos do Daomé.
Texto referente ao Capitulo 6
Povos turcos
Ver artigos principais: Xiongnu, Hunos e Goturcos
O primeiro texto histórico a mencionar o turco foi um texto do ponto de vista chinês, que mencionou o comércio das tribos turcas com os sogdianos ao longo da Rota da Seda.8 Os xiongnu mencionados nos registros da dinastia Han podem ter sido falantes de proto-turco9 10 11 12 13 sucedidos pelas hordas hunas de Átila, o Huno que tentaram conquistar a Europa.14 15 Por outro lado, recentes pesquisas genéticas de 200316 confirmam os estudos indicando que os povos turcos se originaram na mesma região e então são possivelmente relacionados com os xiongnu.17
A arte em pedra de Yinshan e Helanshan é datada do nono milênio a.C. ao século XIX a.C. Consiste principalmente de sinais gravados (petróglifos) e em menor grau de imagens pintadas.18 Ma Liqing comparou os petróglifos (que ele presumiu serem os únicos exemplos existentes de possíveis inscrições xiongnu) e a alfabeto de Orkhon (o mais antigo alfabeto turco conhecido) recentemente, e argumentou uma nova conexão entre eles.19
Escavações conduzidas entre 1924-1925, nos kurgans de Noin-Ula localizados no rio Selenga, nas montanhas no norte da Mongólia, a norte de Ulan Bator, produziram objetos com mais de vinte caracteres gravados, os quais eram idênticos ou muito similares àqueles das letras rúnicas da escrita orkhon turca descoberta no Vale de Orkhon.20
O primeiro registro do termo turco como um nome político é uma referência do século VI à palavra agora pronunciada no chinês moderno como tujue. Acredita-se que algumas tribos turcas, como os cazares e os pechenegues, provavelmente viveram como nômades por muitos anos antes de estabelecer um estado político (o Império Goturco). Os povos turcos originalmente usavam seus próprios alfabetos, como os runiformes orkhon e yenisei, e depois o alfabeto uigure. A mais antiga inscrição foi encontrada próximo ao rio Issyk no Quirguistão e foi datada como de 500 a.C.. Os símbolos tradicionais nacionais e culturais dos povos turcos incluem o crescente e estrela, usado como símbolo dos turcos desde os tempos pré-islâmicos,21 quando eles praticavam o xamanismo; os lobos também são parte da mitologia e da tradição turcas, assim como a cor azul, o ferro e o fogo.          
Quatrocentos anos depois do colapso do poder Xiongnu no norte da Ásia Central, a liderança dos povos turcos passou a ser dos goturcos. Anteriormente um elemento da confederação nômade Xiongnu, os goturcos herdaram suas tradições e experiência administrativa.
De 552 a 745, a liderança goturca manteve unidas as tribos turcas nômades em um império, que finalmente desmoronou devido a uma série de conflitos dinásticos.
A grande diferença entre o Canato Goturco e seu predecessor Xiongnu foi que os cãs goturcos temporários do clã Ashina eram subordinados a uma autoridade soberana que estava nas mãos de um conselho de chefes tribais. O canato recebeu missionários budistas, maniqueístas e cristãos nestorianos, mas manteve sua religião original xamânica, o tengriismo. Os goturcos foram o primeiro povo turco a escrever a sua língua (o turco antigo) em uma escrita rúnica.
Acredita-se geralmente que o primeiro povo turco era nativo da região que se estendia da Ásia Central à Sibéria. Alguns estudiosos afirmam que os hunos eram uma das primeiras tribos turcas, enquanto outros defendem a origem mongólica dos hunos.27 Estudos do linguista Otto Maenchen-Helfen também apóiam uma origem turca para os hunos.28 29 A principal onda de migração dos turcos, que estavam entre os mais antigos habitantes do Turquestão, ocorreu na Idade Média, quando eles se espalharam através da maior parte da Ásia, chegando à Europa e ao Oriente Médio.30
A data precisa da expansão inicial a partir da terra natal permanece desconhecida. O primeiro estado conhecido como "turco", dando seu nome a muitos estados e povos depois, foi o dos goturcos (gog = "azul" ou "celestial") no século VI. O líder do clã Asena conduziu seu povo de Li-jien (a moderna Zhelai Zhai) para Rouran buscando inclusão na sua confederação e proteção da China. Sua tribo era conhecida pelos forjadores de metais e recebeu terras próximo a uma montanha rochosa parecida com um capacete, da qual eles diziam ter tirado seu nome (突厥- tūjué). Um século depois, seu poder havia crescido de tal forma que eles conquistaram o Rouran e começaram a estabelecer seu Império Goturco.30
Povos turcos posteriores incluem os karluks (principalmente no século VIII), uigures, quirguizes, turcos oguzes e turcomenos. À medida que estes povos foram fundando estados na região entre a Mongólia e a Transoxiana, eles entraram em contato com os muçulmanos, e a maioria gradualmente adotou o Islã. No entanto, havia também (e ainda há) pequenos grupos de povos turcos pertencentes a outras religiões, incluindo cristãos, judeus (cazares), budistas e zoroastristas.
Os soldados turcos no exército dos califas abássidas emergiram como os governantes de fato da maior parte do Oriente Médio muçulmano (com exceção de Síria e Egito) especialmente depois do século X. Os oguzes e as outras tribos capturaram a dominaram vários países sob a liderança da dinastia seljúcida e finalmente capturaram os territórios da dinastia abássida e o Império Bizantino.
Enquanto isso, os quirguizes e os uigures estavam lutando entre si e com o Império Chinês. O povo quirguiz finalmente se estabeleceu na região agora conhecida como Quirguistão. Os tártaros conquistaram os búlgaros do Volga no que hoje é o Tartaristão, seguindo o movimento na direção oeste dos mongóis sob Genghis Khan no século XIII. Os búlgaros foram dessa forma por engano chamados de tártaros pelos russos. Os tártaros nativos vivam apenas na Ásia; os "tártaros" europeus são na verdade os búlgaros do Volga. Outros búlgaros se estabeleceram na Europa nos séculos VII e VIII, e foram assimilados pela população eslava depois de adotar o que eventualmente se tornaria a língua búlgara eslava. Por toda a parte, grupos turcos se mesclaram com as populações locais em graus variados.30
À medida que o Império Seljúcida declinou após a invasão mongol, o Império Otomano emergiu como o novo estado turco importante, que passou a dominar não apenas o Oriente Médio, mas também o sudeste da Europa, partes do sudoeste da Rússia e o norte da África.30
O Império Mogol foi um império muçulmano que, na sua maior extensão territorial, governou a maior parte do subcontinente indiano, então conhecido como Hindustão, e partes do que hoje é Afeganistão e Paquistão do começo do século XVI à metade do século XVIII. A dinastia mogol foi fundada por por um príncipe turco chagatai chamado Babur (reinou de 1526 a 1530), que era descendente do conquistador turco Tamerlão pelo lado paterno e de Chagatai, segundo filho de Genghis Khan, pelo lado materno.32 33 A dinastia mogol foi notável pela habilidade de seus governantes, que através de sete gerações mantiveram um registro de rearo talento para sua organização administrativa. Uma tentativa distinta posterior dos mogois foi a de integrar hindus e muçulmanos em um estado indiano unido.32 34 35 36
O Império Otomano gradualmente se enfraqueceu a despeito da má administração, de repetidas guerras com a Rússia e com o Império Austro-Húngaro e do surgimento de movimentos nacionalistas nos Bálcãs, desfazendo-se finalmente após a 1ª Guerra Mundial, abrindo caminho para a atual República da Turquia.
O que foi o Império Otomano?
Ele começou a nascer no século 11, quando tribos turcas nômades se fixaram na Anatólia, região que hoje é parte da Turquia. Tais tribos ajudaram a difundir a religião muçulmana em terras que até então estavam sob o domínio de outro império, o Bizantino. "O termo otomano deriva do nome Osman, ou, em árabe, Uthman", diz o historiador inglês Malcolm Yapp, da Universidade de Londres. Osman, ou Otman I (1258-1324), foi um chefe turco que transformou essas tribos nômades em uma dinastia imperial. Durante os séculos 15 e 16, o Império Otomano tornou-se um dos estados mais fortes do mundo, englobando boa parte do Oriente Médio, do Leste Europeu e do norte da África. Além do poderio militar, o que ajudou a garantir essa expansão foi a tolerância dos otomanos com as tradições e as religiões dos povos conquistados.
"A Igreja Ortodoxa cristã, que predominava nas terras bizantinas, foi mantida. Os judeus perseguidos pelos cristãos na península Ibérica também encontraram refúgio nos territórios otomanos", diz a historiadora Giulia Crippa, da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto (SP). O império começou a decair no século 17. As atividades econômicas dos povos conquistados eram conduzidas por iniciativa deles próprios, o que fez com que a economia geral do império fosse se desintegrando lentamente. A instabilidade política aumentava cada vez mais até que, em 1909, o sultão - como eram chamados os líderes otomanos - Abdul Hamid II foi deposto por uma rebelião. Essa mudança deu início à modernização do império, bastante influenciada pela Alemanha, ao lado de quem os turcos lutaram na Primeira Guerra Mundial (1914-1918). A derrota no confronto tumultuou ainda mais o já dilacerado império, que foi abolido pouco depois, em 1923, quando foi proclamada a República da Turquia.
Prontos para a briga
Duas vitórias e duas derrotas marcantes na história dessa potência
ESMAGANDO OS BIZANTINOS
Em 1453, o Império Otomano conquista a cidade de Constantinopla, que passa a se chamar Istambul. A vitória marca a supremacia definitiva dos turcos sobre o Império Bizantino, com quem lutavam desde o século 11
EXPANSÃO FRUSTRADA
Nos séculos seguintes à vitória sobre os bizantinos, os otomanos seguem enfrentando os cristãos europeus na tentativa de dominar o continente. Entre 1715 e 1718, porém, eles são derrotados pela Áustria e a expansão fracassa
TRIUNFO SOBRE A RÚSSIA
Entre 1853 e 1856, o Império Otomano trava com a Rússia a Guerra da Criméia. Em jogo, territórios onde hoje ficam a Romênia e a península da Criméia, na Ucrânia. Com o apoio da França e da Inglaterra, os turcos vencem
FIASCO NA PRIMEIRA GUERRA
Os aliados da Guerra da Criméia viram inimigos na Primeira Guerra. É que, na busca pela modernização, os otomanos se aproximam da Alemanha. Ao lado desse país, os turcos são derrotados no grande conflito mundial.

Índia do Império Gupta
O Império Gupta (em hindi: गुप्त साम्राज्य; transl.: Gupta Sāmrājya) foi um antigo império indiano, fundado por Sri-Gupta, que existiu de aproximadamente 320 a 550 e cobriu grande parte do subcontinente indiano.1 A paz e prosperidade criada sob a liderança dos Guptas permitiu a busca de esforços artísticos e científicos.2 Este período é chamado a Idade de Ouro da Índia3 e foi marcado por extensas invenções e descobertas nas áreas da ciência e tecnologia, engenharia, arte, dialética, literatura, lógica, matemática, astronomia, religião e filosofia que cristalizaram os elementos que são geralmente conhecidos como cultura hindu.4
Os pontos altos desta criatividade cultural são a arquitetura, as esculturas e pinturas.5 O período Gupta produziu estudiosos como Calidasa, Ariabata, Varamira, Visnusarma e Vatsiaiana que fizeram grandes avanços em vários campos acadêmicos.[carece de fontes] Ciência e administração política alcançaram novo patavar durante este período.6 Fortes laços comerciais também fizeram a região um importante centro cultural e definiu a região como uma base que influenciaria reinos e regiões vizinhas em Birmânia, Sri Lanca e Ásia Meridional.7 Os épicos indianos mais antigos disponíveis são também pensados como tendo sido escritos em torno deste período.[carece de fontes]
Os imperadores Chandragupta I (r. 320–335), Samudragupta (r. 335–375) e Chandragupta II (r. 375–415) foram os governantes mais notáveis da dinastia Gupta.8 O poeta sânscrito do século IV Calidasa credita os Guptas como tendo conquistado cerca de 21 reinos, tanto dentro como fora da Índia, incluindo os reinos dos sacas, hunas, cambojas, as tribos locais em ambas as margens do Amu Dária, os cinaras, kiratas, etc.9 O império gradualmente declinou a partir do século V devido, dentre outro fatores, a maior pressão dos governantes dos Estados vizinhos e a invasão dos hunas da Ásia Central que penetraram na Índia no Noroeste.1 Tais eventos levaram os feudatários sujeitos aos Guptas a proclamarem-se independências, o que veio a debilitar ainda mais o Estado que ruiu por completo no século VI.10 Após o colapso do Império Gupta no século VI, a Índia novamente foi governada por inúmeros reinos regionais. Um linha menor do clã Gupta continuou a governar Mágada após a desintegração do império. Estes Guptas foram posteriormente depostos por Harsavardana que estabeleceu seu império na primeira metade do século VII.
Capitulo  7

As Cruzadas foram movimentos militares cristãos em sentido à Terra Santa com a finalidade de ocupá-la e mantê-la sob domínio cristão.

No século VII surgiu no Oriente Médio uma religião também monoteísta que conquistaria muitos adeptos com o passar do século. O Islamismo foi difundido através do profeta Maomé e o seu crescimento criaria grandes embates com o cristianismo. No final do século XI, a religião já havia se tornado grande o suficiente para clamar por seus lugares sagrados, que, no entanto, eram coincidentes com os lugares sagrados dos cristãos. A cidade de Jerusalém é o principal local sagrado para essas duas religiões monoteístas e também para o judaísmo. A ocupação da cidade e das regiões próximas que compõem a chamada Terra Santa foi motivo de muitos conflitos entre essas religiões na Idade Média e ainda é uma das causas da instabilidade no Oriente Médio.
Ilustração: bazzier / Shutterstock.com

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O termo Cruzada não era conhecido na época em que ocorreram. Só foi assim nomeado porque seus participantes se consideravam soldados de Cristo e se distinguiam pela cruz em suas roupas. Na época em que ocorreram, eram chamadas de peregrinação ou de guerra santa pelos europeus. No Oriente Médio, contudo, eram chamadas de invasões francas, em função da maioria dos cruzados serem provenientes do Império Carolíngio e de se autodenominarem francos.

O entorno do ano 1000 viu o significativo crescimento das peregrinações de cristãos a Jerusalém, pois eles acreditavam que o fim do mundo estava próximo e, por isso, faziam sacrifícios e buscavam as terras sagradas para evitar a eternidade no inferno. O mundo não acabou e os muçulmanos ocuparam cada vez mais a Terra Santa, criando grandes impedimentos para o trânsito de cristãos. A situação se agravou no decorrer do século XI e irritou os cristãos, que se reuniram para a primeira expedição militar que os levaria à Terra Santa para tentar expulsar os muçulmanos da região e devolvê-la aos cristãos. Entre os anos 1096 e 1270, muitas expedições foram organizadas para tentar reconquistar Jerusalém, porém os muçulmanos se mantiveram firme na região após vários conflitos.

Antes da primeira Cruzada organizada por nobres europeus, houve um movimento extra-oficial que ficou conhecido como Cruzada dos Mendigos ou Cruzada Popular. O monge Pedro reuniu uma multidão que incluía mulheres, velhos e crianças para atuar como guerreiros. A expedição até chegou ao Oriente, mas foi facilmente massacrada. A Primeira Cruzada oficial foi convocada pelo Papa Urbano II, que reuniu a nobreza europeia em 1095 para combater os infiéis que ocupavam a Terra Santa. No ano seguinte, os cruzados partiram para Jerusalém e tiveram sucesso, conquistando a Terra Santa, o principado de Antioquia e os condados de Trípoli e Edessa.

Algumas décadas depois, os muçulmanos conseguiram reconquistar a cidade de Edessa, o que motivou uma nova expedição, a segunda Cruzada, entre os anos 1147 e 1149. No entanto, não causou a mesma comoção da primeira e resultou em uma grave derrota, o que deixou profundo ressentimento no Ocidente. Mais décadas se passaram e, em 1187, o sultão Saladino obteve uma vitória esmagadora sobre os cristãos em Jerusalém, reconquistando a cidade para os muçulmanos. Em resposta, o Papa Gregório VIII convocou uma nova Cruzada, que ficou famosa pela participação de três importantes reis da Europa: Ricardo Coração de Leão, da Inglaterra; Frederico Barbarossa, do Sacro Império Romano Germânico; e Felipe Augusto, da França. A Terceira Cruzada, que ocorreu entre os anos 1189 e 1192, mais uma vez, não resultou em vitória para os cristãos, mas o rei Ricardo Coração de Leão conseguiu assinar um acordo de paz com Saladino permitindo a peregrinação dos cristãos com segurança até Jerusalém.

No início do século seguinte, nova Cruzada foi convocada para atacar Constantinopla. A expedição ocorrida entre 1202 e 1204 tinha fins políticos que não receberam a aprovação do Papa Inocêncio III. A Quarta Cruzada deixou notáveis consequências política e religiosas porque enfraqueceu o Império Oriental e agravou o ódio entre a cristandade grega e latina. Poucos anos depois, em 1208, o mesmo papa convocou uma Cruzada contra os cátaros no Lanquedoc. O catarismo, doutrina que acreditava no dualismo, ou seja, na existência de um Deus bom e outro mal, era considerado uma heresia e seu crescimento incomodava muito a Igreja Católica. Séculos mais tarde, seus seguidores seriam perseguidos também pela Inquisição.

Um dos eventos mais curiosos envolvendo as Cruzadas certamente foi o de 1212. Na ocasião, crianças e adolescentes que acreditavam estarem possuídas do poder divino para reconquistar Jerusalém partiram em direção aos portos para embarcarem rumo à Palestina. A expedição que ficou conhecida como Cruzada das Crianças vitimou vários dos jovens ainda durante a viagem e os sobreviventes foram vendidos como escravos aos muçulmanos quando atracaram no porto de Alexandria. Calcula-se que 50 mil crianças tenham sido colocadas nos barcos da mais desastrosa das expedições cristãs.

Nova Cruzada oficial ocorreria entre os anos 1217 e 1221. Porém o fracasso não seria novidade. A quinta expedição não conseguiu nem mesmo superar as enchentes do Rio Nilo e acabou desistindo de seus objetivos de tomar uma fortaleza muçulmana no Egito. Poucos anos depois, a Sexta Cruzada, ocorrida entre 1228 e 1229, finalmente alcançou sucesso através da liderança de Frederico II. Este conseguiu obter a posse de Jerusalém, de Belém e de Nazaré para os cristãos por dez anos. No entanto, em 1244 os cristãos perderam o domínio dessas localidades novamente para os muçulmanos.
Entre 1248 e 1254, a Sétima Cruzada foi liderada pelo rei francês Luís IX que desembarcou para combate no Egito e recebeu a oferta de posse de Jerusalém, a qual recusou. Na continuidade dos conflitos, o rei foi aprisionado e seu resgate custou 500 mil moedas de ouro. Mas foi o mesmo rei que comandou a Oitava Cruzada em 1270. Só que ele faleceu devido à peste logo após desembarcar em Túnis, o que encerrou mais uma expedição. Uma Nona Cruzada ainda é descrita por alguns, embora muitos argumentem que tenha sido parte integrante da Oitava Cruzada. Após a morte do rei Luís IX, o príncipe Eduardo da Inglaterra teria comandado seus seguidores até o Acre (cidade em Israel) para combater os adversários nos dois anos seguintes. Mas, preparando-se para atacar Jerusalém, recebeu a notícia do falecimento de seu pai e decidiu retornar à Inglaterra para herdar seu trono de direito, encerrando a expedição e o turbulento século XIII.
As Cruzadas foram um fracasso em seu objetivo de conquistar a Terra Santa para os cristãos. Custaram muito caro para a nobreza europeia e resultaram em milhares de mortes. No entanto, essas expedições influenciaram grandes transformações no mundo medieval. Elas causaram o enfraquecimento da aristocracia feudal, fortaleceram o poder real e possibilitaram a expansão do mercado. A civilização oriental contribuiu muito para o enriquecimento cultural europeu, promovendo desenvolvimento intelectual. Nunca mais Jerusalém foi dominada pelos cristãos, mas as movimentações ocorridas no trajeto para a Terra Santa expandiram os relacionamentos com o mundo conhecido na época. 
Renascimento urbano
 A Idade Média europeia foi marcada por uma organização social e econômica predominantemente rural. As invasões bárbaras do século V levaram ao declínio das cidades do Império Romano, aumentando a importância dos campos para a habitação e produção econômica. Essa situação iria mudar a partir do século XI quando teve início o chamado Renascimento Urbano.
A ruralização da sociedade medieval não significou a extinção das cidades. Apenas resultou na diminuição de sua importância no conjunto da sociedade, mudando ainda seu caráter se comparadas às funções desempenhadas pela cidade durante a Antiguidade romana.
A cidade medieval – também conhecida como burgo – até o século XI era, de certa forma, uma extensão do mundo senhorial. Por se localizarem em terras que eram dominadas por um senhor, as cidades estavam sujeitas a seu poder. Além disso, habitavam as cidades principalmente os nobres, reis, bispos e comerciantes, mostrando que era também espaço de concentração do poder político e religioso. Geralmente ao centro das cidades encontravam-se mercados e igrejas.
Os senhores conseguiam exercer influência sobre as cidades ao enviar os excedentes da produção agrícola das terras sob seu domínio e comercializá-los nesse espaço urbano. Estabeleciam ainda relações de dependência entre si e o conjunto dos moradores das cidades, principalmente através da cobrança de tributos.

A partir do século XI, teve início uma expansão do comércio em decorrência das Cruzadas e da acumulação de excedentes agrícolas. Esses excedentes foram possibilitados pelas inovações técnicas adotadas na agricultura, como a charrua, novas formas de atrelamento dos animais ao arado e também com a adoção da rotação de cultura. Dessa forma, o comércio com o Oriente possibilitado pelas Cruzadas e as trocas de excedentes levaram paulatinamente as cidades a crescerem de importância no mundo feudal.
Para realizar as transações comerciais foram criadas feiras, dais quais se destacaram a de Champagne e de Brie, na atual França. Por serem fortificadas e se localizarem próximas às rotas de comércio, as cidades eram consideradas locais seguros, principalmente para manter as estruturas bancárias necessárias à realização dos negócios.  Uma classe de comerciantes foi se formando internamente aos burgos e também enriquecendo, dando origem aos burgueses.
Por outro lado, foram se formando grupos de artesãos que também vendiam sua produção nas feiras. Eles passaram a se organizar nas corporações de ofício, que eram organizações que reuniam pessoas que exerciam a mesma profissão. Dentro das corporações havia uma rígida divisão, tendo ao cimo o mestre-artesão, abaixo dele estavam os jornaleiros e, por fim, os aprendizes. Havia regras na adoção das técnicas de produção que buscavam uniformizar as formas de trabalho e os próprios produtos, criando, dessa forma, uma tradição de produção. Era papel do mestre-artesão garantir o cumprimento dessas regras.
Com o aumento de sua importância econômica, as cidades foram se expandindo. Mais pessoas passaram a morar nas cidades, resultando na ampliação dos muros que demarcavam seus limites. Porém, esse crescimento gerou uma grande aglomeração de pessoas para os números da época. Paris chegou a ter cerca de 100 mil habitantes no período, número considerável se for levado em consideração o fato das demais cidades não chegarem a ter mais de 20 mil habitantes.
Mas não havia práticas de salubridade nesses burgos. O saneamento básico, como o conhecemos hoje, não existia, tornando as cidades um local propício à propagação de epidemias. Foi o que ocorreu no século XIV, quando as pulgas infectadas pela bactéria Yersinia pestis foram transportadas por roedores e peles de animais do Oriente para as cidades europeias. As pulgas infectadas pela bactéria, ao picarem os seres humanos, transmitem a peste bubônica. Nas condições insalubres das cidades europeias, a peste bubônica transformou-se em uma epidemia que dizimou cerca de um terço da população europeia.
As cidades sobreviveram à peste negra, outro nome dado à epidemia. O patriciado que controlava politicamente os burgos fortaleceu-se com o desenvolvimento urbano, gerando uma crescente autonomia frente aos senhores feudais. A comuna eram as cidades que se tornavam livres e organizavam-se a partir de relações distintas das que caracterizavam a dependência dos senhores da nobreza rural.
Essas diferenças foram se tornando maiores ao longo do tempo e opondo a burguesia urbana à nobreza rural. Tal situação iria se resolver apenas ao fim da Idade Moderna, quando a burguesia já havia acumulado um considerável poder econômico para também se impor politicamente à nobreza.

Renascimento Comercial e o surgimento da burguesia
O Renascimento Comercial está diretamente ligado à expansão européia contra o Islão. As Cruzadas consolidaram a reabertura do Mediterrâneo, restabelecendo as ligações comerciais entre o Ocidente e o Oriente. Também ampliaram os mercados e intensificaram o uso do dinheiro – até porque os cruzados se apoderaram de moedas ou de metais preciosos mais tarde amoedados.
O contato com os islamitas ensinou aos cristãos certas técnicas comerciais, como a contabilidade, o uso das letras de câmbio e a noção de banco.
Dentro da própria Europa, diversos fatores contribuíram para o progresso das atividades comerciais. O fim das invasões árabes, normandas, húngaras e eslavas produzira um acentuado crescimento demográfico e, conseqüentemente, ampliara os mercados. A disponibilidade de mão-de-obra levou ao cultivo de novas terras, cujos ocupantes se estabeleciam na condição de homens livres.
Enquanto isso, o sistema feudal, cuja produção era adequada apenas para o consumo local, não conseguia atender ao crescimento da demanda, tomando-se incompatível com as novas condições históricas. Sua crise e decadência iriam levá-lo à desintegração, séculos depois.
Uma vez que a produção do feudo se tomou insuficiente para sustentar todos os seus habitantes, muitos deles começaram a sair. Isso aconteceu tanto com os vilões (que saíam livremente) como com os servos (que fugiam, ou às vezes eram expulsos por seus senhores). Esses elementos marginalizados dirigiam-se para os aglomerados urbanos, na esperança de lá ganharem a vida. Participavam de uma cruzada, roubavam, ingressavam na escolta de alguma caravana ou formavam bandos de salteadores. Qualquer atividade servia, desde que garantisse sua sobrevivência. Houve aqueles que se dedicaram ao comércio ambulante, formando o embrião do que mais tarde seria a burguesia.
As rotas de comércio foram um elemento essencial do Renascimento Comercial, pois constituíam as artérias por onde fluía a vida mercantil da época. As principais rotas da Europa eram as do Mediterrâneo, do Mar do Norte e da Champagne.
A rota do Mediterrâneo ligava Constantinopla e Alexandria aos portos da Europa. Era dominada pelas cidades de Gênova e Veneza, que haviam conseguido obter monopólios comerciais (fondacos) nos principais portos do Mediterrâneo Oriental. Veneza, por exemplo, monopolizava o comércio com Constantinopla.
A rota do Mar do Norte ligava aquele mar ao Báltico e penetrava no interior da Rússia, onde seguia os antigos caminhos percorridos pelos varegues (normandos originários da Suécia). Descendo o curso dos rios Dnieper, Dniester e Don, os mercadores alcançavam o Mar Negro e de lá chegavam a Constantinopla, onde vendiam peles, mel, trigo, âmbar e metais.
A rota da Champagne ligava a Itália à Flandres passando pela região da Champagne, na França. A Flandres possuía inúmeras manufaturas de panos e um comércio bastante desenvolvido, enquanto a Itália fornecia artigos de luxo, produzidos localmente ou importados do Oriente.
As principais rotas de comércio eram ligadas a outras secundárias. A rota da Inglaterra unia as Ilhas Britânicas à Flandres principalmente pelo comércio de lã. Para chegar à Champagne, os comerciantes espanhóis utilizavam a rota dos Pireneus; os alemães, a rota do Reno.
O grande número de mercadores circulando pelas rotas levou-os a fixar certos pontos do caminho para realização de trocas comerciais — geralmente locais protegidos por um castelo, ou então cruzamentos de rotas (nós de trânsito). Ali, os comerciantes se reuniam para negociar suas mercadorias durante um período predeterminado.
Tais encontros recebiam o nome de feiras. Sua importância foi imensa para o desenvolvimento do comércio na Baixa Idade Média. Eram eventos sazonais, criados por um edital de feira; neste, o senhor local prometia proteção militar e policial aos participantes, e assegurava o funcionamento de um tribunal internacional para julgar os litígios. Em troca, reservava-se o direito de cobrar um imposto por cabeça — a capitação — sobre todos os que entrassem na feira. E os produtos que tocassem o solo lhe pertenceriam por um direito costumeiro.
As principais feiras da Europa realizavam-se na Champagne e atraiam negociantes de todas as partes. Cada uma durava sete semanas, podendo ser semestral ou anual. Também havia feiras importantes na Flandres, na Itália, na Alemanha, na Inglaterra e na Espanha. Muitos locais onde se realizavam feiras deram origem a burgos — núcleos urbanos com intensa vida comercial e ativa produção artesanal.
A multiplicação das feiras levou à utilização das letras de câmbio (originariamente letras de feira), isto é, papéis valendo uma determinada importância e que podiam ser descontados por seu portador em outra cidade. Concomitantemente, a grande variedade de moedas em circulação criou os mecanismos de câmbio; nas feiras sempre havia cambistas, que trocavam para os clientes moedas de procedências diversas, O empréstimo a juros tornou-se prática corrente e foram fundadas as primeiras casas bancárias. Graças a tudo isso, começou a se processar na Europa uma acumulação capitalista primitiva, apesar de a usura ser condenada pela Igreja.
As feiras alcançaram seu apogeu no século XIII; em seguida declinaram, para dar lugar aos mercadores com diversos cambistas, que trocavam para os clientes moedas estabelecimentos sediados nas cidades.
Monarquias nacionais No decorrer da Idade Média, a figura política do rei era bem distante daquela que usualmente costumamos imaginar. O poder local dos senhores feudais não se submetia a um conjunto de leis impostas pela autoridade real. Quando muito, um rei poderia ter influência política sobre os nobres que recebiam parte das terras de suas propriedades. No entanto, o reaquecimento das atividades comerciais, na Baixa idade Média, transformou a importância política dos reis.

A autoridade monárquica se estendeu por todo um território definido por limites, traços culturais e linguísticos que perfilavam a formação de um Estado Nacional. Para tanto, foi preciso superar os obstáculos impostos pelo particularismo e universalismo político que marcaram toda a Idade Média. O universalismo manifestava-se na ampla autoridade da Igreja, constituindo a posse sobre grandes extensões de terra e a imposição de leis e tributos próprios. Já o particularismo desenvolveu-se nos costumes políticos locais enraizados nos feudos e nas cidades comerciais.

Os comerciantes burgueses surgiram enquanto classe social interessada na formação de um regime político centralizado. As leis de caráter local, instituídas em cada um dos feudos, encareciam as atividades comerciais por meio da cobrança de impostos e pedágios que inflacionavam os custos de uma viagem comercial. Além disso, a falta de uma moeda padrão instituía uma enorme dificuldade no cálculo dos lucros e na cotação dos preços das mercadorias.

Além disso, a crise das relações servis causou um outro tipo de situação favorável à formação de um governo centralizado. Ameaçados por constantes revoltas – principalmente na Baixa Idade Média – e a queda da produção agrícola, os senhores feudais recorriam à autoridade real com o intuito de formar exércitos suficientemente preparados para conter as revoltas camponesas. Dessa maneira, a partir do século XI, observamos uma gradual elevação das atribuições políticas do rei.

Para convergir maiores poderes em mãos, o Estado monárquico buscou o controle sobre questões de ordem fiscal, jurídica e militar. Em outros termos, o rei deveria ter autoridade e legitimidade suficientes para criar leis, formar exércitos e decretar impostos. Com esses três mecanismos de ação, as monarquias foram se estabelecendo por meio de ações conjuntas que tinham o apoio tanto da burguesia comerciante, quanto da nobreza feudal.

Com o apoio dos comerciantes, os reis criaram exércitos mercenários que tinham caráter essencialmente temporário. Ao longo dos anos, a ajuda financeira dos comerciantes tratou de formar as milícias urbanas e as primeiras infantarias. Tal medida enfraqueceu a atuação dos cavaleiros que limitavam sua ação militar aos interesses de seu suserano. A formação de exércitos foi um passo importante para que os limites territoriais fossem fixados e para que fosse possível a imposição de uma autoridade de ordem nacional.

A partir de então, o rei acumulava poderes para instituir tributos que sustentariam o Estado e, ao mesmo tempo, regulamentaria os impostos a serem cobrados em seu território. Concomitantemente, as moedas ganhariam um padrão de valor, peso e medida capaz de calcular antecipadamente os ganhos obtidos com o comércio e a cobrança de impostos. A fixação de tais mudanças personalizou a supremacia política dos Estados europeus na figura individual de um rei.

Além de contar com o patrocínio da classe burguesa, a formação das monarquias absolutistas também contou com apoio de ordem intelectual e filosófica. Os pensadores políticos da renascença criaram importantes obras que refletiam sobre o papel a ser desempenhado pelo rei. No campo religioso, a aprovação das autoridades religiosas se mostrava importante para que os antigos servos agora se transformassem em súditos à autoridade de um rei.
Capitulo 9
No decorrer da Idade Média, a figura política do rei era bem distante daquela que usualmente costumamos imaginar. O poder local dos senhores feudais não se submetia a um conjunto de leis impostas pela autoridade real. Quando muito, um rei poderia ter influência política sobre os nobres que recebiam parte das terras de suas propriedades. No entanto, o reaquecimento das atividades comerciais, na Baixa idade Média, transformou a importância política dos reis.
A autoridade monárquica se estendeu por todo um território definido por limites, traços culturais e linguísticos que perfilavam a formação de um Estado Nacional. Para tanto, foi preciso superar os obstáculos impostos pelo particularismo e universalismo político que marcaram toda a Idade Média. O universalismo manifestava-se na ampla autoridade da Igreja, constituindo a posse sobre grandes extensões de terra e a imposição de leis e tributos próprios. Já o particularismo desenvolveu-se nos costumes políticos locais enraizados nos feudos e nas cidades comerciais.
Os comerciantes burgueses surgiram enquanto classe social interessada na formação de um regime político centralizado. As leis de caráter local, instituídas em cada um dos feudos, encareciam as atividades comerciais por meio da cobrança de impostos e pedágios que inflacionavam os custos de uma viagem comercial. Além disso, a falta de uma moeda padrão instituía uma enorme dificuldade no cálculo dos lucros e na cotação dos preços das mercadorias.
Além disso, a crise das relações servis causou um outro tipo de situação favorável à formação de um governo centralizado. Ameaçados por constantes revoltas – principalmente na Baixa Idade Média – e a queda da produção agrícola, os senhores feudais recorriam à autoridade real com o intuito de formar exércitos suficientemente preparados para conter as revoltas camponesas. Dessa maneira, a partir do século XI, observamos uma gradual elevação das atribuições políticas do rei.
Para convergir maiores poderes em mãos, o Estado monárquico buscou o controle sobre questões de ordem fiscal, jurídica e militar. Em outros termos, o rei deveria ter autoridade e legitimidade suficientes para criar leis, formar exércitos e decretar impostos. Com esses três mecanismos de ação, as monarquias foram se estabelecendo por meio de ações conjuntas que tinham o apoio tanto da burguesia comerciante, quanto da nobreza feudal.

Com o apoio dos comerciantes, os reis criaram exércitos mercenários que tinham caráter essencialmente temporário. Ao longo dos anos, a ajuda financeira dos comerciantes tratou de formar as milícias urbanas e as primeiras infantarias. Tal medida enfraqueceu a atuação dos cavaleiros que limitavam sua ação militar aos interesses de seu suserano. A formação de exércitos foi um passo importante para que os limites territoriais fossem fixados e para que fosse possível a imposição de uma autoridade de ordem nacional.
A partir de então, o rei acumulava poderes para instituir tributos que sustentariam o Estado e, ao mesmo tempo, regulamentaria os impostos a serem cobrados em seu território. Concomitantemente, as moedas ganhariam um padrão de valor, peso e medida capaz de calcular antecipadamente os ganhos obtidos com o comércio e a cobrança de impostos. A fixação de tais mudanças personalizou a supremacia política dos Estados europeus na figura individual de um rei.
Além de contar com o patrocínio da classe burguesa, a formação das monarquias absolutistas também contou com apoio de ordem intelectual e filosófica. Os pensadores políticos da renascença criaram importantes obras que refletiam sobre o papel a ser desempenhado pelo rei. No campo religioso, a aprovação das autoridades religiosas se mostrava importante para que os antigos servos agora se transformassem em súditos à autoridade de um rei.
A origem do Estado português está relacionada ‘a Reconquista (séc. XI ao XV), processo que ocorreu na Península ibérica com o objetivo de expulsar os mouros (árabes) que haviam se fixado na região, a partir do séc. VIII. Sendo assim, foi possível observar neste processo a participação de elementos da nobreza européia, com o objetivo de conquistarem terras.
Dois nobres franceses, Raimundo e Henrique de Borgonha receberam como recompensa de Afonso VI, rei de Leão, as mãos de suas filhas em casamento e uma porção de terra cada um. Henrique de Borgonha recebe a mão da princesa D. Teresa e o Condado Portucalense. É este território que dará origem a Portugal.
Porém, foi somente o filho de D. Henrique de Borgonha, Afonso Henriques que, no ano de 1139 tornou o território independente do reino de Leão, após a morte de seu avô e de uma disputa com sua própria mãe. O confronte com as tropas de Leão e Castela ocorreram onde hoje temos a cidade de Guimarães.
Durante a dinastia de Borgonha, Portugal deu continuidade ‘as guerras de Reconquista, ampliando seu território. A economia portuguesa, no final desta dinastia (séc. XIV), sofreu impulso com o surgimento de uma nova rota comercial que ligava as cidades italianas ‘a região da Flandres, fazendo escala em Lisboa. Isto, sem dúvida, fortaleceu o grupo mercantil português.
Esta situação explica porque quando ocorreu a Revolução de Avis (1383-1385), após a morte do último rei da dinastia de Borgonha, D. Fernando, formaram-se em Portugal dois grupos: um liderado pela burguesia portuguesa, que apoiava a ascensão do Mestre de Avis, filho bastardo do pai de D. Fernando de Borgonha, representante dos interesses desta contra a nobreza; e outro, liderado pela nobreza que apoiava a anexação de Portugal ao reino de Castela, pois a filha de D. Fernando era casada com o rei de Castela. Com a ascensão do Mestre de Avis, coroado como D. João I, temos o início da dinastia de Avis que marcou a vitória dos interesses burgueses.
Como se pode observar a unificação do território português deu-se paralelamente ao fortalecimento do poder real – dinastia de Borgonha – e, a Revolução de Avis marcou o início de um período na história portuguesa onde a burguesia terá grande influência sobre este Estado criando as condições necessárias para a expansão marítima.



 Capitulo 10
Vários fatores contribuíram para as Grandes Navegações.
O déficit em relação ao comércio com o Oriente
O ocidente conseguia do Oriente açúcar, ouro, porcelanas, pedras preciosas, condimentos (pimenta, cravo), drogas medicinais (bálsamos, ungüentos), perfumes e óleos aromáticos.
Essas mercadorias eram recolhidas no Oriente pelos árabes e trazidas por caravanas até as cidades italianas que serviam de intermediárias para a venda dos produtos na Europa. As monarquias nacionais européias precisavam quebrar esse monopólio e descobrir novos meios de contato com o Oriente.
Aliança entre burguesia e os reis
Para realizar as grandes viagens marítimas, era preciso navios, homens e armas. Esse tipo de empreendimento só seria possível com o apoio do Estado e o capital da burguesia. Como os reis teriam uma participação nos lucros, eles resolveram financiar a expansão marítima. Como conseqüência, os Estados Nacionais seriam fortalecidos facilitando a submissão da sociedade aos reis.
Progresso técnico e cientifico
Caravela (representou um avanço para a navegação da época), bússola, astrolábio, sextante.
EXPANSÃO ULTRAMARINA PORTUGUESA
Portugal foi o primeiro país europeu a se aventurar pelos mares e vários foram os fatores que contribuíram para esse fato:
    Insuficiência portuguesa em metais preciosos para a cunhagem da moeda
    Falta de produtos agrícolas e de mão-de-obra
    Desejo de expandir a fé cristã
    Necessidade de novos mercados
Outros fatores como: posição geográfica favorável, conhecimentos náuticos, criação precoce de um estado nacional, ajudaram Portugal a ser o primeiro país a se lançar nas Grandes Navegações

A conquista de Ceuta foi o marco inicial da expansão ultramarina portuguesa.
A aventura portuguesa recebeu o nome de “Périplo Africano”, pois alcançou as Índias contornando a África no decorrer do século XV.
À medida que descobriam novas regiões, criavam feitorias. Nelas, ficavam alguns homens encarregados de negociar com os nativos do local. Os portugueses queriam adquirir somente lucros.

CRONOLOGIA
    Segunda década do século XV as ilhas do Atlântico (Açores, Madeira e Cabo Verde) foram ocupadas
    1434 – os portugueses chegaram ao Cabo Bojador
    1460 – nesse ano, já se realizava um lucrativo comércio de escravos (de Senegal até Serra Leoa)
    1462 – Pedro Sintra descobriu o ouro da Guiné
    1481 – decretado o monopólio régio (exclusividade da coroa) sobre a exploração colonial
    1488 - Bartolomeu Dias contornou o Cabo da Boa Esperança
    Entre 1497 e 1498 – Vasco da Gama chegou a Calicute, nas Índias dando por encerrada a aventura marítima portuguesa.
EXPANSÃO ULTRAMARINA ESPANHOLA
Somente após 1 século de atraso em comparação a Portugal é que os espanhóis começaram a sua participação nas Grandes Navegações.
CRONOLOGIA
1492 – Colombo descobre a América
De 1492 ate 1504 – descobrimento das Antilhas, Panamá e da América do Sul
1504 – Américo Vespúcio afirmou que as terras descobertas por Colombo eram um novo continente.
1513 – Nunes Balboa confirmou essa hipótese, atravessando por terra a América Central chegando ao Oceano Pacífico. Em homenagem a Vespúcio, deu o nome de América ao novo continente.
Entre 1519 e 1522 - Fernão de Magalhães iniciou a primeira viagem de circunavegação.
Outros países também se aventuraram pelos mares:
FRANÇA: Começou sua expansão ultramarina a partir de 1520. Os franceses exploraram a costa brasileira, saquearam o pau-brasil e tentaram, sem êxito, se estabelecer no Rio de Janeiro e no Maranhão. Também tomaram posse do Canadá e da Luisiana (sul dos EUA).
INGLATERRA: Por causa da Guerra das Duas Rosas (1455 – 1485) a Inglaterra também começou tarde sua aventura pelos mares.
HOLANDA: Os holandeses estabeleceram-se na Guiana, e em algumas ilhas do Caribe e na América do Norte onde fundaram Nova Amsterdã, que depois foi chamada de Nova Iorque. Promoveram, também, o tráfico de escravos negros.
CONSEQUÊNCIAS DAS GRANDES NAVEGAÇÕES
    Sistema colonial português
    Dominação das civilizações asteca e inca pelos espanhóis
    Descoberta das minas de prata de Potosi (consideradas as maiores do mundo)
    Ampliação do comércio mundial
    Afluxo de metais preciosos
    Preparação das revoluções Comercial e Industrial

Arquivado em: História, História da Europa

Um comentário:

  1. muita coisa eu só queria saber sobre que classe social começou a declinar nos anos de 1096 e 1270

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